Confira análise tática do Vasco treinado por Doriva, Roth e Jorginho em 2015

Segunda-feira, 07/12/2015 - 13:48
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O Vasco rebaixado pela 3º vez em 8 anos foi ansioso. Foi ruim. Foi antiético com o torcedor que apoiou, mas também errou ao devolver o poder a Eurico Miranda.

“O principal reforço do Vasco no ano” é também o símbolo do pensamento retrógrado que impede a evolução dos clubes e do futebol nacional. A figura paterna de quem ninguém pode discordar ou questionar, que centraliza as decisões com base no coração e articula alianças políticas duvidosas para conseguir um título e nada mais não deixa futuro nem esperança.

Poderia ser um coronel no século XX ou (a maioria dos) políticos no Congresso e Senado nacional. Não há muita diferença para Eurico Miranda. Personificação do coronelismo, bairrismo e do atraso do futebol brasileiro que também mora nos torcedores - vale sempre lembrar que Eurico, assim como os Cunhas da vida, foram eleitos democraticamente.

Doriva montou time limitado com o que tinha, suficiente para ganhar um Carioca. Julio dos Santos, aberto na direita do 4-2-3-1, armava e jogava a bola na área que tanto fez a diferença no decadente campeonato, conquistado com aliança com a FERJ. Pouco para o Brasileirão.



Veio Celso Roth com o mantra preferido dos times em crise: “trabalho”. Um equívoco. No futebol atual, de pouco espaço e muita velocidade, trabalhar mais não significa jogar melhor. Dar ordem não significa obediência. Berrar no vestiário não significa comando. O show de anacronismo fez o Vasco lamentar um turno inteiro no rebaixamento e a mudança veio tarde.



Jorginho ganhou Nenê e chegou tarde. O suficiente para lutar o ano todo, não para vencer a ansiedade de depender dos rivais. O técnico usou o costumeiro losango no meio-campo (4-3-1-2), com Rafael e Riascos compactando os setores para Nenê ficar à vontade e fazer gols redentores. O time saiu do Z-4, esboçou reação e isso merece reconhecimento para 2016.



O Vasco tem mais uma boa oportunidade de repensar a forma como produz futebol e como elege seus presidentes. Do choro de um ano terrível, a certeza: não dá para resolver os problemas de 2015 com pessoas de 1995. Um duro aprendizado que parece não ser compreendido ainda.

Fonte: Blog Painel Tático - GloboEsporte.com