Irmão de Jorginho, que é pastor, fala sobre a fé do técnico vascaíno

Domingo, 06/12/2015 - 06:34
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Jorginho apostou na fé para levar o Vasco até a última rodada do Campeonato Brasileiro ainda com chance de escapar do rebaixamento. O treinador resgatou a confiança dos jogadores em si mesmos e fez com que a torcida voltasse a acreditar no que parecia impossível. Homem de palavras fortes, traz consigo a capacidade de crer que nenhuma causa é perdida. Lição que aprendeu em casa, a duras penas.

O treinador não tinha nem 10 anos quando perdeu o pai. Em seguida, foi uma irmã. Os golpes tiveram consequências na casa em Guadalupe, subúrbio do Rio. Um irmão passou a usar drogas e outro se tornou alcoólatra. A superação do drama familiar veio com a religião. Hoje pastor da Igreja Internacional da Graça de Deus, Jayme de Amorim, irmão mais velho de Jorginho, lembra como tudo ocorreu:

- No final dos anos 1970, entrei no alcoolismo. Jorginho me via chegando em casa quebrando as coisas. Foi assim até 1983, quando eu me firmei com Cristo. Meu irmão viu a transformação. No dia 1º de junho de 1986, ele se firmou também.

Quando se converteu, Jorginho já era jogador do Flamengo. Talvez se seu pai, o falecido Jayme, ainda fosse vivo na época, sua história teria sido outra. O técnico é de uma família de vascaínos apaixonados, liderados pelo patriarca português.

- Meu pai estaria feliz de ver o Jorginho tentando livrar o Vasco da queda. Jorginho nunca foi muito de torcer, eu fui mais. Já era para o time ter saído dessa situação antes. Mas para mim ainda é possível a salvação - afirmou o pastor Jayme.

Acreditar é especialidade da família Amorim, e hoje isso é mais necessário do que nunca. Se o Vasco escapar do rebaixamento para a Segunda Divisão, a lição que ficará será justamente essa: a fé não costuma falhar.

Atleta de Cristo e polêmicas como treinador

A mesma fé que adquiriu quando viu os problemas familiares serem superados, Jorginho levou para dentro de campo, durante toda sua vitoriosa carreira. Nos tempos de jogador, ele foi um dos principais nomes dos Atletas de Cristo, movimento que começou a ganhar força no futebol brasileiro no começo dos anos 90.

No início da carreira de treinador, porém, Jorginho passou a ter o nome envolvido em algumas polêmicas relacionadas à religião escolhida. No América, em 2006, ele sugeriu que o clube trocasse de mascote e adotasse a águia no lugar do tradicional diabo. Na seleção brasileira, como auxiliar técnico de Dunga, foi acusado de ter promovido cultos religiosos na concentração, o que sempre negou.

- Estamos em um país de liberdade de culto, mas meu irmão sempre soube separar bem as coisas. O que ele não pode é negar seu amor por Cristo - disse o pastor Jayme, em defesa de Jorginho.

Calejado por causa das controvérsias, o treinador tem falado menos em religião nas entrevistas. Questionado se a crença na salvação vascaína estaria ligada a sua fé em Deus, ele respondeu:

- Acredito no meu trabalho, no potencial que esse Deus criador me deu, de nunca desistir. Tive dois irmãos viciados, perdi três irmãs, nada disso tira minha alegria, minha paz.




Fonte: Extra Online