A agonia do Vasco pode chegar ao fim neste domingo (06 de dezembro). Presente na zona de rebaixamento durante quase todo o Campeonato Brasileiro, o time da Colina se livra da degola com uma vitória diante do Coritiba somada a tropeços de Avaí e Figueirense contra Corinthians e Fluminense, respectivamente. Ainda que a matemática seja desanimadora, o Cruzmaltino tem na campanha de um de seus rivais motivos para acreditar na permanência. O chamado “time de Guerreiros” do Flu, em 2009, se assemelha ao que faz o clube de São Januário neste ano.
Os riscos de rebaixamento do Vasco são consequências da péssima campanha no Primeiro Turno. Em 19 rodadas, o Cruzmaltino somou apenas 13 pontos, um aproveitamento pouco superior a 21%. Em 2009, o Fluminense foi melhor: somou 15 pontos, ou 25% de aproveitamento, mas também terminou na zona de degola.
Em ambos os casos, matemáticos davam mais de 90% de chances de rebaixamento e uma reviravolta no Segundo Turno permitiu que o sonho da permanência resistisse até a última rodada.
Jorginho, o Cuca da vez?
2009 foi o ano da redenção não apenas para o Fluminense, mas para o seu treinador ao final daquele Brasileirão. Até então com fama de “treinador de time pequeno”, ele assumiu o Tricolor com a missão clara e quase impossível de tirar o clube da degola e, ao obter o feito, virou herói.
O Tricolor começou o Brasileirão com Carlos Alberto Parreira, que três anos após ter comandado a Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Alemanha, entrou em um período de derrotas em sua carreira. Foram apenas duas vitórias, quatro empates e outras quatro derrotas.
Sem que o ídolo que tirou o Flu da Série C anos antes desse jeito no time, a diretoria foi atrás de outro ícone da torcida. Renato Gaúcho chegou com as frases polêmicas de sempre, um projeto de reviver os bons momentos no comando da equipe, mas foi pior. Com ele, foram dez jogos na competição nacional, com apenas uma vitória, cinco empates e seis derrotas. Antes, o interino Vinícius Eutrópio perdeu duas partidas.
Desacreditada, a torcida do Fluminense já se contentava com mais um rebaixamento do clube. A contratação de Cuca, que tinha sido campeão carioca com o rival Flamengo meses antes, não foi animadora e o início de trabalho também não mostrava fôlego para lutar contra a degola.
A 26ª rodada foi um marco para a reação tricolor. A vitória por 3 a 2 sobre o Avaí, com mais de 20 mil presentes no Maracanã, colocou fim a um jejum de 11 jogos sem vencer e deu início a uma arrancada que só terminaria no jogo contra o Coritiba, o último compromisso do Brasileirão. Com Cuca foram oito vitórias, seis empates e apenas duas derrotas.
O atual técnico do Vasco, caminha para um final parecido ao de Cuca. Assim como o Fluminense em 2009, o Cruzmaltino testou outros treinadores (Doriva e Celso Roth) até chegar no até então inexpressivo Jorginho.
Vindo de um rebaixamento com a Ponte Preta e um trabalho no Oriente Médio, Jorginho Campos assumiu o Vasco justamente na 20ª rodada – última do Primeiro Turno. Em 18 partidas, ele venceu sete, empatou seis e perdeu cinco.
Mesmo adversário, mesmo local
Mais uma vez o Coritiba estará em cena na luta de um time carioca contra o rebaixamento. Ainda que tenha entrado na última rodada de 2009 fora da zona de rebaixamento, o Flu precisava de um bom resultado no Couto Pereira para se livrar. Com a vitória por 1 a 0 do Botafogo sobre o Palmeiras, o empate por 1 a 1 acabou servindo para a manutenção.
O Vasco não terá a opção do empate. Como tem uma vitória a menos que o Avaí, primeiro fora da zona de rebaixamento, somar os mesmos 41 pontos do time catarinense não servirá para ficar livre da degola.
Assim como em 2009, o Coxa Branca também pode acabar rebaixado se perder e a dupla Figueirense e Avaí vencer, novamente diante de seu torcedor.
Fonte: Fox Sports