O pênalti que livrou o Vasco do rebaixamento na última rodada do Campeonato Brasileiro foi marcado corretamente, de acordo com explicação dada ao Terra pela Comissão de Arbitragem da CBF. Apesar de opiniões controversas de comentaristas de arbitragem, Leandro Vuaden tomou decisão que segue orientação da Fifa ao assinalar a falta do goleiro do Santos , Vanderlei, no atacante Nenê do Vasco, em jogo disputado no domingo em São Januário e vencido pelo time carioca por 1 a 0. O empate naquela partida decretaria a queda do Vasco para a Série B .
O presidente da comissão, Sergio Correa, enviou à reportagem parte de uma exposição do instrutor Manoel Serapião, que representou recentemente a CBF e a Confederação Sul-Americana de Futebol em um seminário na Fifa.
No encontro, houve a ressalva de que em 2010 a Fifa alterou a regra relativa à entrada conhecida no futebol como ‘carrinho’. Até então, o tiro livre direto, nessas situações, considerava que o adversário tivesse de ser atingido antes de o infrator tocar a bola. Atualmente, não há essa exigência e pouco importa que a bola seja tocada, pois a falta estará caracterizada se a ação for imprudente.
“Deve ainda ser esclarecido que o fato de um jogador oferecer perigo para o adversário em razão de uma entrada similar agrava a situação e torna a falta mais clara ainda”, ponderou Serapião, em sua palestra. O árbitro pode interpretar lances assim como imprudente (sem considerar a presença do adversário), temerário (sem considerar risco para o adversário) ou com força excessiva – neste caso assume o risco de provocar lesão no adversário. E em todos os casos não cabe a cobrança com tiro livre indireto.
Segundo Sergio Correa, Vuaden estava atento e foi muito feliz na marcação. “No caso, houve pênalti indiscutível e não apenas por ação imprudente. Mas de grau de risco mais elevado, ou seja, por temeridade. O que exigiu do árbitro a correta aplicação do cartão amarelo (ao goleiro Vanderlei)”, disse o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.
Fonte: Terra