Em nome da desarmonia
Matéria publicada ontem pelo site Globo.com mostra claramente que quando a imprensa quer algo ela arruma um jeito de conseguir.
Inertes diante da barbaridade que é o prejuízo ao Vasco em termos de arbitragem neste Campeonato Brasileiro investiram os nobres jornalistas em (não se sabe como) colher e passar ao público termos e palavras usadas por atletas não relacionados para o jogo contra o Corínthians que estavam num camarote assistindo a partida.
Mal sabiam os interlocutores que o dito no calor de um jogo tenso seria utilizado para uma pequena tentativa de desarmonizar o elenco do Vasco na antevéspera de um jogo decisivo do clube diante do Joinville.
Imaginem o site Globo.com vontade, mas muito vontade mesmo de ir fundo nessas coincidências contra o Vasco no campeonato? Se fossem eles atrás de árbitros, bandeiras, presidente da comissão de arbitragem, dirigentes da CBF, mostrando o óbvio, o insofismável, o claro, nítido e absolutamente evidente prejuízo ao Vasco oriundo de arbitragens desastrosas? Dezoito erros capitais contra o Vasco na competição e apenas um a favor (que recentemente o site globoesporte.com tentou transformar em dois, mas mesmo assim sem influenciar no ganho de qualquer ponto do clube no campeonato por intermédio da arbitragem).
Caso houvesse vontade de alguns veículos de imprensa correrem atrás da descoberta, dos motivos, das razões para o que está se fazendo contra o Vasco e a favor de clubes catarinenses (tantos os absurdos vistos), certamente poderiam colocar sob suspeita tudo de visível e perceptível contra um e a favor de alguns outros na competição.
Mas não. Isso não causa interesse nenhum, afinal o campeonato tem que ser vendido como puro, ou quase isso. Frases feitas do tipo “os erros de lado a lado se compensam” não colam com o Vasco, prejudicado em 12 pontos até aqui (sem contarmos a partida contra o Goiás no início do returno, decidida com menos de 20 minutos da primeira etapa por conta de dois erros capitais da arbitragem, ambos influenciados pelo auxiliar Alex Ang Ribeiro). Mas tenta-se fazer o grude com cuspe. Se colar, colou.
Arrumar, porém, uma forma de escutar o que os atletas falam no calor de um jogo para tentar pô-los contra o capitão do time vascaíno, expondo a público algo tolo e, claro, com o nome de Eurico Miranda no meio para incrementar, isso sim é jornalismo na veia.
A participação de grande parte da mídia na questão envolvendo arbitragem neste Campeonato Brasileiro é fraca, risível, infantil.
Após as denúncias feitas pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, que encarou um tribunal e lá fez ver aos auditores do STJD, a necessidade de haver investigações, em virtude das inúmeras coincidências vistas contra o Vasco e a favor de clubes catarinenses, seria obrigação da imprensa correr atrás da informação, fazer descobertas, enfim, trabalhar em nome da lisura do campeonato.
Por fim, mais algumas informações úteis (apenas outras curiosidades). Um dos bandeiras de Avaí x Vasco há 48 dias, coincidentemente foi sorteado para fazer um belíssimo trabalho no jogo de domingo diante do Joinville. Já o árbitro Marcelo Aparecido de Souza, outro sorteado, foi o responsável por validar aquele gol do Flamengo na Copa do Brasil no início da partida, que supostamente acarretaria num massacre rubro-negro diante de seu maior rival.
Doze pontos tirados do Vasco no apito. Ah se isso ocorresse contra o Flamengo neste campeonato…
Casaca!
Fonte: Casaca