Refugiados em um dos camarotes vazios de São Januário no segundo tempo, três jogadores não relacionados para o empate entre Vasco e Corinthians viveram as emoções e o drama do torcedor.
Havia expectativa e ansiedade em cada jogada — contra ou favorável ao Vasco.
Aos 16 minutos do segundo tempo, um lance causa inquietação. Rodrigo atinge Malcom e é expulso.
— Quem foi? — pergunta um deles e o próprio responde: — Foi Rodrigo para variar...
— Novidade! Mas experimenta reclamar. Esse aí manda no time depois do Eurico — disse outro.
A tensão aumenta ao saberem que São Paulo e Atlético-MG empatavam por 2 a 2. Temia-se por um novo gol do time mineiro, o que obrigaria o Corinthians partir para o ataque. Naquele momento o jogo em São Januário estava 0 a 0.
Mas pouco depois, aos 26, Júlio César marca. Alívio e festa. Os três se levantam para observar a comemoração dos torcedores.
— Imagina esse povo todo revoltado? Temo pela segurança das pessoas — diz um.
— É. E você viu esses malucos do Corinthians? Sinistro — fala outro.
— Como está o clima lá fora? - indaga o terceiro.
Após o gol, aumenta a pressão do Corinthians. Começam as instruções à distância:
— Rafael Silva, joga mais para o canto! Ele tem velocidade — pede.
O gol do Corinthians sai em seguida. Quase no final do jogo, começam as contas.
— E agora em que posição ficamos? — indaga o mais nervoso.
Logo todos festejam o fim do jogo e o empate. Eles escolhem acreditar que é possível escapar do rebaixamento.
Fonte: O Globo Online