A frase ficou célebre, mas seu autor já não a defende com a mesma veemência de 11 anos atrás. Henrique, responsável pelo gol que evitou o rebaixamento do Vasco e o título do Atlético Paranaense em 2004, bradou, em meio à comemoração emocionada, que ninguém daria a volta olímpica em cima do Cruz-maltino em São Januário. Dessa vez, admite, isso até pode acontecer. É nessa possibilidade de festa dupla que o ex-zagueiro aposta hoje, às 22h, na partida contra o Corinthians.
O desabafo, na ocasião, serviu para reafirmar a grandeza vascaína, até então nunca rebaixado em sua história. Mas esse ano tudo dependerá do Atlético-MG. Se o Galo não vencer o São Paulo, o Timão será campeão esta noite mesmo que seja derrotado pelos vascaínos. Neste caso, o ex-zagueiro abre uma exceção.
- Só não pode dar volta olímpica com vitória. O principal para o Vasco é o resultado positivo. Se o Corinthians for campeão, bom para eles. Torço para que essa comemoração seja com gosto de derrota - disse Henrique.
O ex-zagueiro entrou para a história como o amuleto da permanência na Série A, mas lembra bem de quem era o status de salvador da pátria naquela campanha. Petkovic brilhava sozinho em meio a um elenco limitado e cheio de jogadores jovens. Nesse sentido, Henrique enxerga em Nenê o mesmo papel do sérvio, 11 anos depois.
- Naquele ano, quando a coisa apertava, dávamos a bola para o Pet resolver. Não está sendo diferente agora. Nenê faz de tudo no jogo, a bola está sempre o procurando. Petkovic e Nenê são as engrenagens dos dois times. Sem eles, nada.
Se Nenê é o Pet, quem será o novo Henrique? O ex-zagueiro aposta em Rodrigo, que tem se destacado nas cobranças de falta e nas cabeçadas em jogadas de bola parada. Assim como foi o gol dele, sobre o Atlético-PR. A motivação, na época, para a testada certeira, era maior do que apenas a necessidade de fugir da queda. A promessa de festa do Furacão em São Januário mexeu com ele, e deu origem à frase de efeito:
- Não foi algo pensado. Eles vinham falando que iam comemorar o título comendo bacalhau e bebendo champanhe. Foi um desabafo mesmo, de quem ama o clube.
Aos 38 anos, Henrique é auxiliar técnico de Artur Neto. Nos planos, está a carreira de treinador e a chegada ao Vasco na função. Talvez, assim, ele consiga convencer seus filhos Leonardo, de 11 anos, e Pedro, de quatro, a torcerem pelo time da Colina, e não para o Flamengo.
- Daqui a dez anos, eu estarei lá. Pode anotar. Eu me preparo para isso - disse o eterno salvador da pátria.
Fonte: Extra Online