A expectativa criada para a decisiva partida entre Vasco e Corinthians, nesta quinta-feira, às 22h, em São Januário, não se resume somente a atletas e torcedores. Comerciantes do entorno do estádio vibram com o duelo que poderá amenizar ao menos um pouco o prejuízo que tem sido gerado com os quatro meses sem jogos no local.
O último compromisso na "Colina Histórica" aconteceu dia 26 de julho, na goleada do Palmeiras por 4 a 1 sobre o Cruzmaltino. Desde então, o clube transferiu suas atuações para o Maracanã e fez com que os donos dos estabelecimentos - entre bares, restaurantes e quiosques - se virassem para cumprir suas pendências.
Funcionário do "Trayler do Vascão", situado bem em frente a entrada social de São Januário, Xavier de Andrade dimensiona a perda que representa a falta de partidas no estádio.
"Espero que com este jogo a gente consiga pelo menos pagar a conta de luz. Dia de jogo aqui representa um número de vendas maior que o restante de uma semana inteira sem partida. A gente vende tudo. Não sobra nada", diz o trabalhador, que em dias comuns vende lanches, cerveja, refrigerante e água, na grande maioria das vezes, para funcionários do clube e atletas das divisões de base.
Um pouco atrás deste estabelecimento funciona o "Bar da Guerreiros", um dos locais que ficam mais cheios em partidas do Vasco e que serve de pontp de encontro para algumas organizadas do clube. Ciente de que o duelo com o Corinthians atrairá bastante público, o bar já reforçou seu estoque.
"Em jogos com muita gente como esse nós vendemos cerca de 30 engradados de cerveja. Para nós é muito importante que o Vasco jogue aqui", disse Ana Lúcia, que trabalha há mais de dez anos por lá.
Torcida do Corinthians 'interfere' em venda de bar
Quem não está muito satisfeito com a partida são os bares que estão situados nas ruas de acesso ao setor dos visitantes. O Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) determinou que elas serão fechadas e somente quem estiver portando o ingresso específico do local poderá entrar. Como a recomendação das autoridades é a de que os corintianos entrem o mais breve possível no estádio, há o temor que as vendas sejam menores que em um jogo comum.
"Eles (corintianos) entram logo no estádio, então nem devemos vender para eles. Em jogos comuns do Vasco, fica um pessoal das torcidas (cruzmaltinas) aqui e eles chegam cedo e fazem até churrasco. Desta vez isso não vai acontecer", lamenta o garçom Eddideus Santos.
De acordo com o Gepe, estarão fechadas as ruas São Januário (no trecho entre a Rua Teixeira Júnior e Rua Bonfim); General Argolo (entre a Rua General José Cristino e Rua São Januário); Bonfim ( faixas sentido São Januário, no trecho entre a Rua Newton Prado e a Rua São Januário); Francisco Palheta ( entre a Rua São Januário e a Rua Ricardo Machado) e General Almério de Moura (entre a Rua Ricardo Machado e Rua Dom Carlos).
Ao todo, 180 homens do Gepe farão a segurança interna e terão o auxílio externo do 4º Batalhão da Polícia Militar (São Cristóvão), do Batalhão de Choque e da Cavalaria.
Cerca de dois mil ingressos, da carga total de 21.880, serão destinados aos corintianos.
Trayler do Vascão situa-se bem em frente ao setor social de São Januário |
Bar em frente ao setor dos visitantes está preocupado com fechamento de ruas |
Fonte: UOL