Durou (bem) pouco a passagem de Doriva pelo São Paulo. Contratado pelo ex-presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, o treinador acabou demitido nesta segunda-feira após apenas sete jogos (duas vitórias, um empate e quatro derrotas), deixando a sensação de uma demissão também de caráter político.
Se foi ‘abandonado' e demitido no Morumbi pelo novo presidente tricolor Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, Doriva tecia há uma semana muitos elogios a outro mandatário de clube: o contestadíssimo Eurico Miranda, do Vasco,
"Tive um relacionamento ótimo com ele, é uma pessoa muito tranquila. Eu quis sair do Vasco. Eu que falei que não dava mais. Mas ele sempre me bancou, me protegeu desde o início. Ele tem essa maneira de ser com a imprensa e com as pessoas de fora. Mas quem está ali dentro ele proteger", disse em gravação do programa Bola da Vez, que acabará não sendo exibido.
Doriva ficou no Vasco de janeiro a junho, comandou o clube em 33 jogos (15 vitórias, nove empates e nove derrotas, contando dois jogos amistosos na pré-temporada) e acabou se consagrando campeão carioca, quebrando um jejum de títulos estaduais que já durava 12 anos. Deixou o clube, porém, na vice-lanterna do Campeonato Brasileiro, sem ganhar nenhum jogo em oito rodadas.
No São Paulo, com Leco no comando, Doriva nunca parece ser muito protegido. Pelo contrário. Apareceu para a gravação do programa, por exemplo, sem nenhum assessor do clube, que costuma sempre mandar um funcionário para acompanhar seus atletas nas televisões.
A própria demissão parece ter sido bem longe das condições ideias. Segundo a assessoria de imprensa do treinador, Doriva estava em Itu na segunda quando foi chamado a São Paulo. Ao chegar no clube, acabou demitido em uma reunião de apenas cinco minutos. E mesmo após a demissão, o clube tricolor sequer marcou uma entrevista coletiva de despedida para o comandante.
Para piorar, vale lembrar que Doriva é um ídolo do São Paulo. Como jogador, foi campeão brasileiro, da Libertadores e do Mundial pelo clube.
Fonte: ESPN.com.br