Vasco e Palmeiras se enfrentam neste domingo (08/11), às 17 horas, pelo Campeonato Brasileiro. Ao longo da história, o cruzmaltino e o alviverde duelaram 123 vezes. A vantagem é da equipe paulista, que obteve 55 vitórias, contra 30 do Gigante da Colina. Ocorreram ainda 38 empates. Apesar do retrospecto ser favorável ao "Verdão", o torcedor vascaíno não tem do que reclamar, afinal conquistou diversos títulos importantes em cima do seu próximo rival no torneio nacional.
Uma partida que não sai da memória de todos que carregam a cruz de malta no peito ocorreu há aproximadamente 15 anos. Em 20 de dezembro de 2000, Vasco e Palmeiras se enfrentaram na finalíssima da Copa Mercosul. Os dois time já haviam feito duas partidas, com uma vitória para cada lado. O jogo que decidiu o campeão da competição sul-americana ocorreu no Palestra Itália, campo adversário. Ao final do primeiro tempo, o título parecia impossível, pois perdia por 3 a 0. Mas para o Vasco essa palavra não existe no seu vocabulário e ele, mais uma vez, mostrou, com a superação de seus heróis, porque é o time da virada ao fazer 4 a 3 e levar o caneco para a Colina Histórica.
A partida começou aberto, com os dois times criando boas chances de abrir o placar. O Gigante da Colina, com um elenco mais forte, chegou com mais qualidade, mas os palmeirenses, empurrados por sua torcida, tiveram mais volume e levando perigo nos primeiros minutos, principalmente, nas bolas paradas do lateral Arce. E foi numa delas que os paulistas abriram o placar aos 35 minutos. O paraguaio cobrou escanteio e Júnior Baiano o cortou com a mão. Pênalti e cartão amarelo para o zagueiro. Arce bateu forte no meio do gol, enquanto Helton pulou para a esquerda.
Inexplicavelmente, deu um "branco" no cruzmaltino e, no minuto seguinte, o Palmeiras pressiona a saída vascaína, rouba a bola, parte rápido para o ataque e amplia com Magrão. Os torcedores, que ainda comemoravam o primeiro tento, vão ao delírio. Os jogadores vascaínos não se abateram, muito pelo contrário, seguiram lutando. Aos 45 minutos, porém, o Palmeiras fez o terceiro gol com Tuta, em chute preciso, sem chances para Helton.
A primeira etapa terminou com uma vantagem de três gols para os donos da casa. A torcida cantava eufórica que já era campeã, pois considerava impossível o Vasco reverter o placar fora de casa. Porém, o Gigante da Colina, que adora tornar o impossível em possível, mostraria no segundo tempo que não é chamado de o time da virada por seus seguidores à toa. Joel Santana fez uma alteração para a segunda etapa, colocou o atacante Viola no lugar do volante Nasa.
O Vasco iniciou a etapa final pressionando o Palmeiras, lutando pela bola como se fosse um prato de comida. O placar naquele momento parecia não importar. Os jogadores queriam honrar sua torcida e o manto vascaíno. A reação mais espetacular da história do futebol começou aos 13 minutos. Na ocasião, Juninho Paulista invadiu a área adversária em velocidade e foi derrubado. O juiz marcou pênalti e Romário, com sua frieza característica, converteu chutando do lado esquerdo da meta. O Vasco era todo ataque naquele momento, enquanto o Palmeiras buscava ampliar em um contragolpe.
Aos 23, Juninho Paulista, de novo, fez grande jogada individual e tentou o passe para Viola. A zaga conseguiu cortar, mas a bola sobrou para o próprio meia, que entrou na área e sofreu novo pênalti. O "Baixinho" repetiu a primeira cobrança e anotou o segundo gol vascaíno. A partir daí, a partida começou a tomar ares dramáticos em São Paulo. Os donos da seguiam apostando nas bolas paradas e em rápidos contra-ataques. Em uma boa escapada palmeirense, Júnior Baiano deu um carrinho e acertou Flávio no meio de campo. Pela falta, o zagueiro recebeu o segundo cartão amarelo e acabou sendo expulso aos 33 minutos.
A missão vascaína parecia ter ficado mais difícil de ser executada. A expulsão, entretanto, ao invés de abater os jogadores, serviu como combustível. O Vasco fez uma troca de passes envolventes até chegar no filho do vento Euller. Aos 40 minutos, o camisa 7 cruzou na área, Romário tentou o chute de primeira e acabou errando. A bola, porém, bateu em seu pé de apoio e foi ao encontro de Juninho Paulista. Cara a cara com o goleiro Sérgio, o armador não desperdiçou e empatou o confronto. O Parque Antártica só não ficou em silêncio porque os cruzmaltino cantavam, com orgulho, que o Vasco era o time da virada.
Aos 46 minutos, quando todos já aguardavam o apito final, aconteceu a virada. Viola recebeu na ponta esquerda, invadiu a área com velocidade e tocou para Juninho Paulista. Da entrada dela, o meia chutou em cima na marcação. Para a felicidade dos milhões de cruzmaltinos espalhados pelo mundo, a bola foi parar nos pés de Romário. Cria de São Januário, o predestinado atacante, que havia retornado ao clube naquele ano, marcou seu terceiro gol, que confirmou o triunfo por 4 a 3 e deu ao Gigante da Colina seu terceiro título sul-americano.
Repercussão da mídia um dia após o título vascaíno |
Juninho Paulista foi um dos destaques da decisão |
Romário festejando o gol que deu ao Gigante o título da Mercosul |
Fonte: Site oficial do Vasco