Além da árdua tarefa de salvar o Vasco de seu terceiro rebaixamento na história, a dupla que comanda o futebol cruz-maltino à beira de campo, os tetracampeões mundiais Jorginho e Zinho, tem outro sonho em comum que pode realizar em São Januário: o de começar um trabalho à frente de um clube no Brasil desde o início do ano. Planejar da pré-temporada à montagem do elenco, com indicações de reforços e dispensas. E este é o cenário mais provável para 2016. Internamente, a comissão técnica tem o prestígio da diretoria mesmo que a missão de evitar a queda do time no Campeonato Brasileiro venha a falhar. Pelo lado do treinador, de 51 anos, e seu auxiliar, de 48, amigos de longa data e valorizados por mostrarem serviço na primeira vez trabalhando juntos na função, a intenção é renovar o contrato, seja na Série A ou na B.
- O meu desejo e o do Jorginho é de permanecer, independentemente da divisão. A gente gostaria muito de iniciar um trabalho num clube, e aqui a gente está se sentindo muito à vontade para isso - afirmou Zinho, em entrevista coletiva na última quarta-feira, a primeira do auxiliar técnico desde que chegou a São Januário, no fim de agosto.
Separados, o único que já viveu essa experiência foi Jorginho, e logo em sua primeira vez como treinador, dirigindo o América-RJ em 2006. O técnico, contratado em outubro de 2005, levou o time à final da Taça Guanabara, quando perdeu para o Botafogo, e à semifinal da Taça Rio, onde foi derrotado pelo Americano - contando só as fases de classificação, foi a equipe que mais pontuou na soma dos dois turnos do estadual, com 20 pontos. Depois, o treinador só voltou a comandar um clube após ser auxiliar de Dunga na Copa do Mundo da África do Sul. Assumiu o Goiás em agosto de 2010, o Figueirense em março de 2011, o Flamengo em março de 2013 e a Ponte Preta em agosto do mesmo ano. Fora do país, dirigiu o Kashima Antlers, do Japão, em 2012, e o Al-Wasl, dos Emirados Árabes, na última temporada.
Zinho também já foi técnico, embora com carreira mais curta. Chegou a comandar o Miami FC, dos Estados Unidos, logo após se aposentar no clube americano em 2007, e também o Nova Iguaçu-RJ, time de sua cidade natal, em março de 2011, seu único trabalho do ramo no país antes de exercer a função de diretor de futebol no Flamengo e gerente no Santos. Em março deste ano, acertou parceria para ser auxiliar técnico de Jorginho, e ambos tiveram a primeira oportunidade de trabalhar juntos no Vasco. Assumiram com o clube na lanterna no fim do primeiro turno, com 13 pontos após 19 partidas, e já conquistaram 17 em 14 jogos. O Cruz-Maltino segue em último lugar na tabela, mas a distância para o primeiro concorrente fora do Z-4, que já foi de 13 pontos, atualmente está em cinco. Restam cinco rodadas para acabar.
ATRASO NO PLANEJAMENTO PARA 2016
Mas apesar de a dupla estar cotada para seguir em São Januário, eles ainda não podem planejar 2016 enquanto não se esgotarem todas as forças para fugir do rebaixamento. A diretoria só pretende iniciar contatos para reforços e dispensas após saber qual divisão o Vasco jogará no ano que vem. Por conta disso, enquanto muitos clubes já se movimentam no mercado, o Cruz-Maltino só definiu até o momento o local de sua pré-temporada em janeiro: o Centro de Treinamento João Havelange, em Pinheiral, no interior do Rio de Janeiro. Zinho admitiu que o atraso atrapalha, mas disse que é um risco calculado e necessário para o clube.
- Com certeza se já tivesse um planejamento mais ou menos montado, nós teríamos uma condição de não cometer erros para a próxima temporada. Mas é admissível, a gente sabe que a prioridade hoje é trabalhar para a permanência do Vasco. Natural que o foco esteja somente nisso. Mas temos profissionais como o (Paulo) Angioni (gerente de futebol), o presidente, que com certeza estão elaborando isso, têm determinado onde vai ser a pré-temporada, quando vai começar... Sobre definição de elenco e comissão técnica é difícil responder agora - afirmou.
Fonte: GloboEsporte.com
