Você lembra a última vez que o Vasco fez gol com a bola rolando no Brasileiro? Foi na 27ª rodada da competição, na vitória sobre o Sport por 2 a 1. Nenê, que tem seis gols com a camisa vascaína - cinco de pênalti -, marcou logo com dois minutos de partida, em chute que desviou no marcador e abriu o placar para o time de Jorginho. Neste intervalo, Riascos marcou na partida de volta da Copa do Brasil contra o São Paulo. E o restante foi em batidas de falta, em jogada de escanteio e em cobranças de pênalti.
O desempenho fraco do time no setor ofensivo quebra a cabeça do técnico Jorginho. As perguntas, que já foram para Doriva, para Celso Roth, hoje estão colocadas a cada coletiva de imprensa para o treinador: por que o Vasco faz tão poucos gols com a bola rolando? Como melhorar a produção ofensiva e a eficiência do time, que quando cria não consegue marcar?
Para a partida contra o Palmeiras, Jorginho, Zinho e a comissão técnica avaliam mudanças. No ataque, a vaga de Leandrão está ameaçada. O jogador, contratado ao Brasil de Pelotas (RS), fez gol no segundo jogo e não mais em partida alguma com a camisa do Vasco. Em entrevista no fim de semana, o atacante, perseguido pelos torcedores no clássico do Engenhão, lembrou o "sacrifício tático" que fez pelo time e as poucas oportunidades. O favorito para substitui-lo é o colombiano Riascos, que não é homem de área, mas entrou bem no domingo. O jogador é outro que foi muito vaiado recentemente pela torcida. Romarinho, Renato Kayzer e Thalles, que corre por fora depois do episódio com o técnico, são as outras opções.
Com perseguição implacável dos torcedores do Vasco nas últimas partidas, Julio dos Santos volta a ter seu lugar no meio de campo ameaçado. Jorginho não terá Bruno Gallo, suspenso com o terceiro cartão amarelo e pode aproveitar a oportunidade para duas mexidas de uma vez. Diguinho e Serginho devem ganhar chance ao lado de Andrezinho, que avança novamente e tem menos obrigações defensivas, e Nenê, que vai chegar mais próximo ainda dos atacantes.
O treinador começa a montar a nova equipe que enfrenta o Palmeiras neste domingo no treino desta quarta-feira. Faltando cinco jogos, o treinador procura novo jeito de arrumar a casa na reta final da competição. Após o primeiro salto de qualidade, que levou o Vasco à reação e à sequência invicta, o modelo parece ter se esgotado. Ainda mais em um time que está com a faca no pescoço desde o fim da quarta rodada - e que está há 30 rodadas no Z-4.
Relembre as mudanças de Jorginho no Vasco:
Novo titular na lateral: antigo titular, Christiano perdeu a vaga para Julio César, que não saiu mais do time. Apesar de não chegar tanto ao ataque quanto Christiano, a técnica mais refinada de Julio e a experiência contaram a favor do jogador.
Fim da era Guiñazu e Serginho: é verdade que Serginho pode voltar ao time neste domingo, mas a dupla de volantes campeã estadual ficou de lado com Jorginho. Primeiro, Guiñazu saiu até do banco, por lesão no dedo da mão. Recuperado, compôs o banco em alguns jogos, mas nunca mais entrou em campo. Diguinho é quem costuma entrar no segundo tempo, quando o treinador tenta mexer na forma de jogar da equipe.
Meio mais técnico: Bruno Gallo virou primeiro volante. Andrezinho recuou e começou a armar o jogo desde a linha defensiva, logo atrás do meio de campo. Foi essa a solução encontrada por Jorginho para armar o setor ofensivo de meio de campo do Vasco. A tentativa melhorou a saída de bola do time, mas nos últimos jogos a equipe já criava menos e mostrava menos força, principalmente nos contra-ataques.
Vem Julio, vai Julio: Jorginho defendeu com unhas e dentes o paraguaio Julio dos Santos. Citou sua importância defensiva, principalmente na bola aérea defensiva, e também o entrosamento com Madson. Com Celso Roth, Julio dos Santos mal teve chances. No fim da passagem de Doriva, o paraguaio também sumiu do time titular. Jorginho o manteve por um bom tempo, mas dá sinais de que vai colocar no banco o experiente jogador estrangeiro.
Fonte: GloboEsporte.com