A reação do Vasco no Campeonato Brasileiro passa pelo meio de campo, e o declínio dos últimos jogos também. O losango criado por Jorginho levou o time a reencontrar as vitórias: foram quatro triunfos e um empate fora de casa nas cinco primeiras partidas com a formação. Mas a forma de jogar foi ficando previsível e refletiu na queda de produção da equipe nos duelos seguintes, desafiando o treinador a encontrar novas maneiras de surpreender e tentar salvar o clube do rebaixamento a cinco rodadas do fim - segundo o site Infobola, do matemático Tristão Garcia, o risco de rebaixamento do Cruz-Maltino é de 96%.
Antes do losango, o Vasco jogava com dois volantes lado a lado, com Guinãzu e Serginho mais presos à marcação e menos presença ofensiva nos apoios aos laterais. Jorginho mudou o esquema na 24ª rodada, sacou o argentino do time e passou a usar só um volante (Diguinho quando Serginho estava fora). Nos lados do campo, escalou Bruno Gallo na esquerda e Julio dos Santos na direita, deixando Nenê mais avançado e centralizado, perto dos atacantes (veja na imagem abaixo). Com essa formação no meio de campo, o Cruz-Maltino venceu Atlético-PR e Sport no Rio de Janeiro, e fora de casa bateu a Ponte Preta e empatou com o Cruzeiro. Marcou sete gols (cinco de bola rolando e dois de bola parada) e sofreu apenas três. Na época, o técnico elogiou a tática e disse até que se arrependia de não tê-la testado antes.
- Precisava usar os atletas de acordo com as características. Na formação anterior, sobrecarregávamos alguns jogadores. Principalmente o Julio dos Santos. Quando faz um losango, tanto o Julio quanto o (Bruno) Gallo são responsáveis por quem vem de frente. O Jorge Henrique e o Rafael Silva (quando entra) marcam quem vem pelo lado, e o Nenê pega um dos volantes. A equipe tem tomado menos sustos assim e está com uma saída muito boa - explicou.
Mas para encaixar no time o Andrezinho, que vinha entrando bem nos jogos, Jorginho optou por usar Bruno Gallo, que é meia de origem, na função de primeiro volante a partir do clássico contra o Flamengo (veja na imagem abaixo). Apesar da vitória na estreia da formação, de lá para cá o Vasco empatou com Chapecoense e Grêmio em casa e com Avaí e São Paulo fora, além de perder para o Fluminense no último domingo. Nos seis duelos, marcou seis gols (todos de bola parada) e sofreu outros seis. Ficou mais vulnerável e com menor poder de fogo.
- (Ansiedade) Atrapalha bastante. A gente procura estar trabalhando a semana, como estamos tendo semanas cheias (sem partidas), para chegar nos jogos e ter oportunidades de fazer os gols. Não vêm aparecendo essas oportunidades, quem acompanha os jogos vê claramente isso. Mas a gente tem um papel fundamental no campo. No primeiro tempo (contra o Fluminense), pela maneira que a gente jogou não conseguimos dar profundidade para que o Nenê jogasse, para que o Andrezinho chegasse na frente - reclamou Leandrão na saída do Engenhão.
Durante o clássico de domingo, Jorginho testou uma variação tática no setor, mantendo as mesmas peças. Plantou Julio dos Santos mais atrás ao lado de Bruno Gallo e recuou Jorge Henrique para jogar em linha com Andrezinho e Nenê, com o trio livre para flutuar trocando de posições (veja na imagem abaixo). Porém, não deu certo: atrás, o Fluminense teve muita liberdade para jogar; e na frente, o Vasco continuou criando pouquíssimas chances de gol.
- Nosso meio de campo não funcionou, não foi consistente como vinha sendo em outros jogos. Tivemos até que mudar um pouco a forma de jogar, a gente fez um 4-2-3-1 para bater com a forma como eles (Fluminense) vinham jogando - justificou o comandante.
A primeira tentativa de Jorginho de mudar o time e encontrar uma outra forma de atuar não funcionou. No banco, as opções do meio para a frente são: os volantes Serginho, Diguinho, Lucas e Guiñazu; os meias Jeferson (ainda não estreou), Mateus Pet (de 17 anos e recém-promovido aos profissionais) e Emanuel Biancucchi; e os atacantes Rafael Silva, Riascos, Thalles, Romarinho, Herrera, Renato Kayzer e Eder Luis (voltou a jogar após quatro meses). Com pouco tempo, o técnico tem o desafio de tirar um coelho da cartola nas rodadas finais. O Vasco é o lanterna do Brasileirão com 30 pontos, cinco atrás do Avaí, primeiro fora do Z-4.
Os 10 jogos do losango:
- Primeiros 5 jogos:
vitórias: 4
empates: 1
derrotas: 0
gols marcados: 9
gols sofridos: 4
- Últimos 5 jogos:
vitórias: 0
empates: 4
derrotas: 1
gols marcados: 4
gols sofridos: 5
Fonte: GloboEsporte.com