Atletas de clubes do Rio de Janeiro bem que queriam se dividir em dois para poder disputar o Campeonato Estadual e o Campeonato Brasileiro de remo. Ambos acontecem nesta semana, devido a uma mudança de data e local feita pela Confederação Brasileira de Remo (CBR) que não agradou atletas e dirigentes da Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro (Frerj). A solução foi optar por uma das competições, e a escolha foi boicotar o evento nacional. O descontentamento por não poder disputar o principal campeonato do país afeta até mesmo a campeã Fabiana Beltrame.
No final de agosto, a CBR alterou a data e o local do Brasileiro, coincidindo com a última etapa do Campeonato Estadual do Rio. A competição nacional seria entre 1º e 4 de outubro, na raia olímpica da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas foi mudada para Brasília. Começou nesta quarta-feira e vai até domingo. O dia 1º de novembro é também a data do evento carioca.
- É uma coisa que desmotiva muitos atletas. Eu compito bastante em campeonatos aqui e lá fora, mas tem muitos que competem muito pouco e gostariam de competir mais. Perder um campeonato que é o principal do Brasil com certeza é desmotivante para continuar treinando para os próximos anos. Eu queria ser duas para estar lá e aqui neste momento. Infelizmente, pelas decisões políticas que aconteceram, não foi possível (estar no Brasileiro). Como o clube é meu principal apoio, tenho que acatar as ordens dele - declarou Beltrame, que defende o Vasco.
A CBR alega falta de apoio do governo estadual por causa das obras visando os Jogos Olímpicos de 2016. A Frerj vê motivos políticos. Com os clubes do Rio fora - Vasco, Flamengo, o atual bicampeão brasileiro Botafogo, entre outros -, remadores de outros estados teriam mais chance de brigar por medalhas, e, consequentemente, pleitear o ingresso no Bolsa Atleta.
- São jogadas políticas que acontecem, como em qualquer esporte. É bem complicada a situação. Só quem perde é o remo brasileiro e os atletas, que são as estrelas do esporte e que na maioria das vezes não são ouvidos. Está uma queda de braço bem grande. Um não quer dar o braço a torcer, o outro também não. São duas entidades (CBR e Frerj) que deveriam trabalhar unidas, em prol do esporte, e está acontecendo isso. Espero que tudo se resolva e as coisas possam melhorar - comentou Beltrame.
O Estadual é o último compromisso de Fabiana Beltrame na temporada. Em 2015, ela foi medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e quarta colocada no Mundial de Aiguebelette. Os resultados foram no skiff simples peso leve, mas a brasileira tentará a vaga no Rio 2016 competindo no skiff simples sem limite de peso. A categoria pela qual ela foi campeã mundial em 2011 não faz parte do programa olímpico.
Fonte: GloboEsporte.com
