Amigos inseparáveis, Jorginho e Zinho conquistaram muita coisa dentro e fora de campo. Campeões do mundo com a camisa da seleção brasileira, o título da dupla este ano seria a manutenção do Vasco na Série A em 2016. E se o objetivo for alcançado, muita coisa pode ser explicada pelo entrosamento dos dois ex-jogadores. Zinho complementa Jorginho. Com experiência anterior como treinador e gestor de futebol - cargo que exerceu no Flamengo e no Santos, passando por crises e provações diárias -, o auxiliar técnico conquistou os jogadores e os dirigentes do Vasco. O passado rubro-negro de Zinho hoje é ignorado em São Januário.
Uma prova da leveza do ambiente se deu na última coletiva de imprensa antes de mais um jogo tenso do Vasco na luta contra a degola no Brasileiro. Jorginho se referia ao amigo e caiu na gargalhada ao falar o nome do amigo. Aconselhado a usar "Crizam", do nome de batismo do ex-jogador Crizam César de Oliveira Filho, o técnico aceitou a sugestão, mas continou rindo durante boa parte da pergunta sobre o amigo auxiliar.
Nos poucos treinos abertos em São Januário e nas viagens para jogos do Brasileiro, é possível notar a importância de Zinho no dia a dia. Enérgico, incentivador e conselheiro, ele conversa com os jogadores e dá duro nos treinamentos de campo. Ao pé do ouvido, já conversou com Thalles, Romarinho e outros no elenco - exercendo papel que, invariavelmente, cabe ao auxiliar. Ou seja, manter motivado e concentrado jogadores titulares e reservas.
Na apresentação da dupla, feita no gramado pelo presidente Eurico Miranda, Zinho tomou a palavra depois de Jorginho e passou confiança ao grupo, mas também com dose de provocação, misturada à superação para o desafio que estava por vir. Ele lembrou da própria carreira e das limitações para servir de exemplo aos jogadores.
- Eu nunca fui craque, gênio. Mas eu treinava para c..... E foi assim que eu conquistei tudo na minha vida. A gente tem que se matar no treino, para chegar lá dentro e conseguir vencer - disse Zinho, no primeiro dia em São Januário.
Além da contribuição como gestor, treinador e incentivador, nesta semana ele também foi ferramenta do departamento jurídico do Vasco ao virar testemunha de defesa de Jorge Henrique no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Assediado no tribunal, Zinho contribuiu para a absolvição do jogador. Os elogios dos auditores - que lembraram a carreira "exemplar de um campeão do mundo" - foram repetidos enfaticamente pelo técnico Jorginho.
- Desde o primeiro dia que chegamos, o presidente (Eurico) foi enfático. "Ah, a ligação do Zinho com o Flamengo." Zinho é cidadão do mundo. Já jogou no Flamengo, mas no Japão e em tantos outros clubes. Ele tem experiência muito importante, também foi treinador e jogador nos EUA. Discutimos muito com o grupo, com nossos analistas de desempenho, a quem também parabenizo por todo o trabalho. E o Zinho é um cara que tem me ajudado muito por toda essa visão que ele tem. Às vezes a gente não consegue ver o entorno. Essa capacidade que o Crisam conquistou como jogador de futebol me ajudou muito. Tem sido um parceiro fiel. Já passou por situações complicadas, com jogadores até difíceis de lidar. É um grande irmão - disse Jorginho.
Fonte: GloboEsporte.com