O título e os rebaixados ainda não foram definidos, mas independentemente do desfecho, o Campeonato Brasileiro de 2015 já ficou marcado pelas polêmicas na arbitragem.
O tema tem causado tanto problema que, pela primeira vez no ano, Fluminense e Vasco falaram a mesma língua e conseguiram o milagre de se "unir" em prol de um único objetivo: atacar Sérgio Corrêa, presidente da comissão responsável pela função na CBF.
O primeiro a fazer graves acusações foi o presidente do Vasco, Eurico Miranda, que insinuou, após o empate do Cruzmaltino em 1 a 1 com a Chapecoense, um esquema de favorecimento da arbitragem às equipes de Santa Catarina através do vice da CBF e presidente licenciado da federação catarinense Delfim Peixoto.
Na última quarta-feira foi a vez de Peter Siemsen, presidente do Fluminense, atacar de forma dura Sérgio Corrêa. Indignado, ele pediu a saída do dirigente da presidência da Comissão de Arbitragem.
Procurado pelo UOL Esporte, Corrêa não quis entrar em conflito com os dirigentes:
"Respeito o momento. Os erros acontecem, mas são erros pontuais. Não tenho muito mais o que dizer. É mais esperar a poeira baixar e continuar fazendo o trabalho. É assim que deve ser".
Questionado a respeito das acusações de Eurico sobre um suposto favorecimento aos catarinenses, Sérgio rebateu.
"Não vejo dessa forma. A tabela fala por si só. Os times de Santa Catarina não estão tão bem na tabela assim para falar que estão sendo beneficiados", declarou, destacando as colocações de Chapecoense (14º), Figueirense (15º), Avaí (16º) e Joinville (19º).
As declarações do presidente do Vasco não passaram impune e ele foi denunciado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Caso seja condenado, ele poderá ser suspenso por até dois anos. A data do julgamento ainda não foi divulgada.
Presidente do Santos manifesta apoio a Eurico
Durante a segunda coletiva convocada para criticar a arbitragem do Campeonato Brasileiro, Eurico Miranda foi questionado se algum clube havia manifestado apoio à sua causa, e o dirigente revelou que a parceria veio de São Paulo.
"Eu recebi pessoalmente um telefonema do presidente do Santos", disse se referindo a Modesto Roma.
O cartola santista já havia ficado ao lado de Miranda em outro ponto que o vascaíno reivindica: a redivisão das cotas de TV.
Troca de farpas nos bastidores
Deixando a arbitragem de lado, Flu e Vasco não remam para o mesmo lado em absolutamente nada. Uma das polêmicas, por exemplo, se dá em relação ao lado das torcidas no clássico no Maracanã.
Ambos reivindicam o setor direito das cabines de rádio apresentando cada qual um argumento. Os cruzmaltinos, de que adquiriram a escolha após terem sido os primeiros campeões do estádio, em 1950. Já os tricolores acenam com o contrato feito com o consórcio que administra o local. Com o impasse, pela segunda vez na temporada o duelo será transferido para o Engenhão (dia 1/11).
Os clubes também brigaram pelo craque Ronaldinho Gaúcho, que foi para as Laranjeiras numa verdadeira troca de farpas entre as diretorias.
No que tange ao torneio Sul-Minas-Rio, mais uma vez cada um está de um lado, já que enquanto o Fluminense é um dos integrantes e luta pela validade da competição, o Vasco expõe a opinião de ser radicalmente contra.
Ao lado do Vasco nas batalhas dos bastidores está Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), que também não se furtou em criticar Sérgio Corrêa.
"Em relação aos árbitros do Rio de Janeiro, é clara, nítida, evidente, incontestável a má vontade e a perseguição que é dirigida aos árbitros do Rio pelo presidente da comissão de arbitragem da CBF, o senhor Sérgio Corrêa. Eu já denunciei isso, com números, ao presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e acho que isso não adiantou nada. Eu tenho certeza absoluta de que ele age de intensa má fé", disse Lopes à Rádio Tupi logo após o empate em 1 a 1 entre Vasco e Avaí.
Fonte: UOL