Vasco lidera lista de pênaltis marcados com base em recomendação da CBF
Principal companheira dos pés no futebol, a bola tem conversado bastante com mãos e braços no Campeonato Brasileiro. A polêmica de pênaltis marcados após toques voluntários e involuntários tem gerado discussões rodada após rodada. Protagonista de mais um lance neste fim de semana, o Vasco lidera a lista de marcações favoráveis: quatro.
Goiás, Ponte Preta, Santos e São Paulo vêm em seguida com duas marcações. Por outro lado, Palmeiras e São Paulo, três vezes cada, sofreram pênaltis após a bola bater na mão de um de seus jogadores de linha, sendo assim os mais os “prejudicados”.
A discussão que rendeu comentários após o empate em 2 x 2 entre São Paulo e Vasco ganhou um novo capítulo. Eurico Miranda rebateu Rogério Ceni, que criticou o árbitro Dewson Fernando Freitas da Silva (PA) ao dizer que o “pênalti não foi marcado dentro de campo”.
“Cada um fala o que quiser. Se já estava marcado, por que então não deu o outro pênalti?", indagou o presidente do Vasco, lembrando outra jogada em que a bola bateu no braço do zagueiro Luiz Eduardo, do São Paulo, já no segundo tempo.
O presidente do time carioca subiu o tom na 30ª rodada. Após a partida contra a Chapecoense, quando o Vasco sofreu um gol da marca da cal, Eurico disparou contra clubes catarinenses. Ele, porém, descartou que quis jogar a pressão na partida seguinte, contra o Tricolor.
“Eu não fiz as minhas críticas pensando no jogo contra o São Paulo. Foram declarações sobre a Comissão de Arbitragem. Para mim, a responsabilidade é de quem cala, ou seja, da Comissão”, finalizou.
Jogadores, técnicos e torcedores têm se revoltado com os critérios diferentes adotados pelos árbitros, embora a recomendação da CBF para os profissionais serem firmes nas assinalações. Na partida entre Sport x Atlético-MG, Wilton Pereira Sampaio (GO) ignorou lance similar ao de Matheus Reis (São Paulo) em que a bola bateu no braço direito de Rafael Carioca, do Galo.
RECOMENDAÇÕES
Antes do Mundial de 2014, a Fifa reuniu os árbitros e se sustentou em três pontos: a ação deliberada (quando o jogador se movimenta para bloquear o chute ou cruzamento); o movimento natural ou não da mão (levando em consideração a posição do braço também) e a ampliação do volume do corpo (se o braço ou a mão ocupam um espaço que não deveriam).
Foi ou não foi? Pênaltis marcados no Campeonato Brasileiro de 2015
Pênaltis sofridos após a bola bater na mão:
Vasco (4), Goiás, Ponte Preta, Santos e São Paulo (2), Avaí, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Figueirense, Flamengo e Grêmio (1), Atlético-MG, Atlético-PR, Cruzeiro, Fluminense, Internacional, Joinville, Palmeiras e Sport (0)
Pênaltis cometidos após a bola bater na mão:
Palmeiras e São Paulo (3), Atlético-PR, Avaí, Figueirense, Flamengo, Fluminense e Vasco (2), Grêmio e Sport (1)
Pênaltis cometidos
Figueirense (8), Vasco (7), Internacional (7), Flamengo (6), Joinville (5), Atlético-MG (5), Palmeiras (5), Atlético-PR (5), Fluminense (4), Avaí (4), Santos (4), Goiás (3), Grêmio (3), Chapecoense (3), São Paulo (3), Ponte Preta (2), Sport (2), Coritiba (2), Cruzeiro (1), Corinthians (0)
Pênaltis recebidos
Santos (8), Goiás (7), Atlético-MG (6), Vasco (6), Sport (5), Avaí (5), Internacional (4), Fluminense (4), Grêmio (4), Corinthians (4), Atlético-PR (4), Ponte Preta (4), Chapecoense (4), São Paulo (3), Coritiba (3), Cruzeiro (2), Figueirense (2), Flamengo (2), Palmeiras (1), Joinville (1)
Saiba mais
A regra 12 do futebol diz que árbitros devem levar em conta quatro itens para assinalar penalidades por intervenções irregulares: movimento da mão em direção a bola; a distância entre o adversário e a bola; a posição da mão não pressupões necessariamente uma infração; tocar a bola com um objeto segurado com a mão (caneleira, chuteira etc) e atingir a bola com um objeto arremessado (chuteira, caneleira etc.)
Eurico é denunciado no STJD
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou Eurico Miranda, presidente do Vasco, por suas declarações após o empate de seu time com a Chapecoense.
O árbitro marcou um pênalti contra o Vasco a poucos minutos do fim do jogo, e da cobrança surgiu o empate da equipe catarinense.
“O que aconteceu foi um escândalo. Marcou um pênalti que a bola bate na barriga. Ele levou muito tempo para marcar, porque alguém mandou ele marcar”, disparou Eurico, que completou.
“Tem jogo político muito forte. O presidente da CBF está para sair. Não saiu ainda porque tem um opositor. Esse opositor é o presidente da Federação Catarinense de Futebol (Delfim Pádua Peixoto Filho), que tem quatro clubes envolvidos [na luta contra o Z-4] e claramente está mostrando qual a sua posição”, disse. Na visão da procuradoria do STJD, Eurico desrespeitou a equipe de arbitragem e incitou a violência dos torcedores por declarar guerra à CBF. Ele pode receber multa de até R$ 100 mil e suspensão de até três anos do futebol.
Fonte: Jornal de Brasília (texto), Reprodução Internet (foto)
