O Vasco encara no próximo domingo no Maracanã o Grêmio com pretensões bem diferentes no Campeonato Brasileiro. Enquanto o time de São Januário tenta se manter com esperanças de deixar a zona de rebaixamento, a equipe gaúcha sonha em se consolidar no G-4 e garantir a vaga para a Taça Libertadores da América.
Quem já teve a oportunidade de vestir as duas camisas tão tradicionais do futebol brasileiro é o meio-campo Fellipe Bastos, que aos 25 anos, defende o Al Ain, dos Emirados Árabes, com quem tem contrato por três temporadas, mas acompanha cotidianamente tudo que acontece aqui no país e não esconde a torcida para que o Vasco consiga a permanência na Série A.
“O Vasco melhorou muito com a chegada do Jorginho, que foi um cara que me ajudou muito na Ponte Preta e torço muito por ele. Tenho amigos no Vasco como o Rodrigo e o Luan, que é meu amigo pessoal no futebol. Torço para que o Vasco saia dessa situação e acho que o Vasco não cai pela atuação que tem feito nos últimos jogos. Tem faltado um pouco de sorte ou o juiz atrapalha como aconteceu contra a Chapecoense. Ontem (domigo) também teve um pênalti discutível, onde o menino (Matheus Reis) foi expulso e o outro no segundo tempo com a cabeçada do Rodrigo que foi pênalti. Se a arbitragem não atrapalhar e da forma que o Vasco está jogando o clube não cai”, afirmou em entrevista exclusiva à Rádio Globo.
Participativo na campanha da Copa do Brasil de 2011, o jogador afirma que a passagem pelo clube poderia ter sido coroada com mais um título: o Brasileiro de 2012, quando o Vasco terminou em segundo lugar.
“Foi um ano que fizemos um excelente Brasileiro. Faltou só o título. As coisas fora de campo também aconteceram de uma forma que fizeram o Vasco não ser campeão”, lembrou.
Nos Emirados Árabes, Fellipe Bastos sonha com um retorno ao clube ao fim do contrato com o Al Ain.
“É um sonho e uma vontade que tenho. Espero cumprir meu contrato aqui, mas sonho sim (em voltar). Pretendo ganhar títulos e marcar meu nome na história do Vasco. Só assim para ser lembrado sempre”, disse.
Na primeira temporada pelo clube do Oriente Médio, o meio-campo afirma que ainda está se adaptando aos Emirados Árabes, mas o apoio da família e amigos tem sido fundamental para se destacar em um ‘mundo diferente’.
“É uma vida totalmente diferente. Estou me adaptando... minha esposa, filhos e um amigo que está aqui, me ajudam. É uma nova cultura, mas está sendo importante. Estou aprendendo uma nova língua e crescendo pessoalmente.”
Com 12 pontos em cinco jogos, Fellipe Bastos acredita que o Al Ain começa forte na briga pelo título nacional da temporada.
“É um dos melhores times. Fomos campões no ano passado. Cheguei esse ano conquistando a Super Copa, que é a final do campeão nacional contra o campeão da Copa do Presidente, que é o Nassr, do Nilmar (atacante). Perdemos apenas um jogo em cinco partidas e estamos em primeiro. É importante chegar com a equipe assim. É um futebol totalmente diferente do Brasil. Espero conquistar esse título aqui e manter a hegemonia do Al Ain no campeonato.”
Titular em todas as partidas, Fellipe Bastos destaca a confiança do técnico croata Dalic Zlatko.
“Tenho jogado bastante. Foi o treinador que pediu a minha contratação. Ele é croata e conversa bastante comigo, mas claro, com a ajuda de um tradutor que fala inglês. Tenho me adaptado bem e estou feliz.”
Apesar da evolução do futebol no exterior, Fellipe Bastos afirma que o Oriente Médio ainda está atrás de outros pontos do mundo no esporte.
“Eles precisam profissionalizar. Alguns fatores extracampo ainda faltam. Eles têm um poder aquisitivo muito grande para que as coisas aconteçam. Dentro de campo estão aperfeiçoando trazendo jogadores e treinadores de outros países para melhorar taticamente e tecnicamente o futebol. Tenho visto essa polêmica no Brasil quanto a arbitragem. Quando o juiz interfere muito no jogo é porque há algum problema. Eles não podem aparecer muito. Acabam atrapalhando o espetáculo que é gol, jogadas bonitas e isso para o futebol brasileiro não é bom”, afirmou o meia que tem acompanhado as polêmicas da arbitragem no Brasil.
Apesar de carioca, o jogador afirmou que o calor nos Emirados Árabes também tem sido um adversário a mais durante os últimos jogos.
“Meu Deus do Céu... Meu primeiro jogo aqui foi com 47 graus à noite. Imagina o calor que tenho passado aqui? Mas, agora tem melhorado bastante porque treinamos só à noite. A temperatura está na casa dos 38 ou 37 graus. Pra quem jogou com 47, está até bom, né? (risos).”
Único brasileiro do Al Ain, Fellipe Bastos faz campanha para a chegada de outros compatriotas ao time.
“Estou sentindo falta de brasileiros e de 'resenhas', que são nossas conversas do Brasil (risos). Vamos ver... Falaram que vão contratar brasileiros. Espero para que possam me ajudar com a chegada deles”, finalizou.
Pelo Vasco, Fellipe Bastos fez 145 partidas com 14 gols marcados. Foram 70 vitórias, 39 empates e 36 derrotas em campo.
Fonte: Rádio Globo