O ápice da crise recente entre a arbitragem e os clubes de futebol no Brasil aconteceu nesta quinta-feira, após o duelo entre Vasco e Chapecoense, no Maracanã. Acusado de má-fé por Eurico Miranda por ter marcado um pênalti duvidoso contra o Gigante da Colina, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro (MG), no entanto, não quis ficar calado. Em conversa com a reportagem do Esporte Interativo ele se defendeu das acusações e deixou um recado para o mandatário cruz-maltino.
“Todos nós temos que assumir nossas responsabilidades. Não estou dizendo que a arbitragem é livre de culpa porque nos equivocamos também. Vamos dar a César o que é de César. O gestor (no caso Eurico Miranda) precisa assumir sua responsabilidade. Nenhum presidente de clube quer contratar mal, mas ele é um ser humano normal como qualquer outro. Às vezes ele contrata 10 jogadores e só um dá certo. Mas não quer dizer que ele agiu de má fé. Com o árbitro não é diferente. Sabemos a situação que o Vasco se encontra, mas cada um precisa assumir as próprias responsabilidades”, declarou.
Tendo apitado 29 jogos neste ano, Ricardo Marques Ribeiro esteve presente em apenas três do Vasco no Campeonato Brasileiro. As derrotas para Chapecoense e Internacional e o empate contra a mesma Chapecoense na última quinta-feira, no Maracanã. Vale lembrar que no primeiro jogo entre as duas equipes o árbitro mineiro expulsou dois jogadores do Cruz-Maltino (Christianno e Jhon Cley).
Ricardo Marques Ribeiro também comentou as acusações de Eurico Miranda sobre a postura dele no jogo desta quinta-feira. Segundo o mandatário cruz-maltino, o árbitro foi claramente influenciado por fatores externos.
“Eu nunca recebi pessoas que não fossem competentes ao jogo no meu vestiário. O Eurico foi muito infeliz no que ele falou. Desafio qualquer pessoa a me provar o contrário do que estou dizendo. Essas declarações têm que ser pautadas em fatos reais. Hoje não temos prova dessa declaração que existe interferência externa. Qualquer ida ao vestiário dos árbitros é relatada. Essa informação que existe pressão, que dirigente vai ao vestiário pressionar árbitro, não existe”, afirmou.
Ciente também de que a comunicação com a imprensa não é algo natural no meio dele, Ricardo Marques Ribeiro revela os motivos que o fizeram mudar a postura. Para ele, a aproximação dos árbitros com o público é natural e deveria ser corriqueira.
“Entendo como absolutamente normal essa proximidade entre árbitro, imprensa, torcedor. O diálogo tem que ser aberto e no campo das ideias. Não posso narrar um lance na base do achismo. A iniciativa do nosso presidente Sérgio Correia pode ser um pontapé para que a nossa relação com o público seja melhor. Queria que todos soubessem que nós não somos os vilões”, concluiu.
Fonte: Esporte Interativo