Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF levanta questões sobre uma eventual profissionalização dos árbitros

Domingo, 11/10/2015 - 13:41
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Na roda da fortuna que gira o futebol, com transações milionárias e salários de jogadores e técnicos beirando o inacreditável, no Brasil, apenas o árbitro não é profissional. Ou seja, não possui preparação e recuperação adequadas e, principalmente, não se dedica única e exclusivamente à atividade. Por isso, com as sucessivas falhas dos juízes nas partidas de futebol, o tema constantemente é colocado em pauta. Entretanto, para Sérgio Corrêa, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, apesar de já haver a regulamentação da categoria desde 2013, a profissionalização dos árbitros não seria algo fácil de ser implementado no país.

- Nós teremos uma cidade chamada "arbitrolândia", onde todos estariam reunidos para fazer os trabalhos? Como seria a legislação, o tempo de serviço, contribuição previdenciária? Então, não é tão simples como as pessoas colocam. Que iria melhorar, isso sem dúvida - questiona.

De acordo com o comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba, a proposta de profissionalização não é nova. Para o ex-juiz de futebol, os dirigentes e responsáveis pelo tema deveriam debater menos e investir mais na classe, inclusive, para não prejudicar as partidas de futebol, como acontece em alguns casos.

- Eu comecei a apitar futebol em 1993. E, desde lá, eu escuto a promessa que seria um árbitro profissional. Eu terminei minha carreira, me aposentei e a profissionalização ainda não aconteceu. Ou seja, acredito que as pessoas devem parar com o discurso, parar com a novela e começar a colocar dinheiro, investimento verdadeiro nos árbitros de futebol. Aí sim, começar a cobrar eles como profissional - comentou Gaciba.

Se a profissionalização dos árbitros ainda parece ser algo longe de ser colocado em prática no Brasil, pelo menos, ao que tudo indica, a partir de 2016, o uso da tecnologia no futebol pode auxiliar os juízes. No dia 15 de outubro, a International Board (órgão que regulamenta o esporte), vai analisar a proposta da CBF para o uso de vídeos em alguns lances nos jogos, como dúvida sobre o gol, o pênalti e em casos de expulsão. O dirigente máximo da arbitragem na CBF está confiante que as novidades possam ser experimentadas nos campeonatos do próximo ano.

- Não é fácil a profissionalização e, para ajudar, só com a tecnologia. Aí você reduziria, não eliminaria, as possibilidades de erros que, às vezes, acontecem e fogem da percepção do árbitro. Nos parece que os experimentos devem ser aprovados para 2016 e já disseram claramente que, se for aprovado, o Brasil será um dos países que também irá participar - concluiu Sérgio Corrêa.

Outra novidade que pode contribuir para a melhoria da qualidade da arbitragem brasileira já em 2016 é o possível do sistema de sorteio dos juízes para os jogos. Ainda em fase de estudo, a qualidade comprovada de determinado árbitro o balizaria ou não para apitar determinada partida. A partir das 27 federações de futebol do Brasil, 497 são considerados aptos para trabalharem nos campeonatos organizados pela CBF.

Fonte: Sportv.com