Faixa 'Eu escolhi acreditar' vira lema no Vasco para seguir na Série A

Quando ela está na arquibancada, dificilmente passa despercebida, seja por torcedores ou mesmo para os jogadores em campo. Exibida pela primeira vez na partida das oitavas de final da Copa do Brasil contra o rival Flamengo, a faixa "eu escolhi acreditar" passou a acompanhar o Vasco na dura caminhada para se livrar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro e a frase foi adotada pelo próprio clube em redes sociais ou em preleções para incentivar o elenco.

A ideia e execução foi feita pelo vascaíno Magno Rocha, de 28 anos, morador de Nova Iguaçu (RJ) e gerente de um bar na região. No momento da elaboração, o Cruzmaltino se afundava cada vez mais na tabela e havia acabado de perder por 2 a 1 para o Coritiba no Maracanã, resultado que culminou na queda do técnico Celso Roth.

"Eu vim para casa muito triste. Tenho uma página do Vasco no Facebook e fiz um vídeo onde dizia que nós tínhamos duas escolhas: acreditar ou não. Pedi também um voto de confiança ao técnico Jorginho e pedi para incentivarem o Vasco neste momento, para segurarmos na mão do clube. Aí tive um retorno grande e isso me animou. Então tive a ideia de fazer a faixa e a levei para o jogo com o Flamengo", disse Magno, que gastou R$ 40 na confecção e teve o auxílio dos amigos Willian e Jardel.

Após a vitória sobre o Sport por 2 a 1 no último domingo, o técnico Jorginho fez questão de elogiar a iniciativa de Magno e revelou que já utilizou a frase.

"Essa frase representa tudo para nós. O torcedor foi muito feliz em fazer essa faixa. Inclusive já usamos essa frase em uma preleção, logo quando iniciamos a virada (antes da vitória sobre a Ponte Preta por 1 a 0).Essa frase é uma realidade para o grupo. Ele (Magno) conseguiu expor nosso sentimento. Nós decidimos acreditar. Vai ser sofrido até o fim, mas vamos conseguir", declarou o treinador.

Ainda naquele domingo, o torcedor se emocionou ao tomar conhecimento das palavras de Jorginho sobre sua faixa.

"Eu chorei, porque para mim é um sonho que estou vivendo como torcedor. Eu diria ao Jorginho que acredito muito no trabalho dele e tenho plena confiança que ele vai ter tirar o Vasco dessa situação. Quando fiz o vídeo (pedindo para a torcida apoiar o Jorginho) não foi sem pé nem cabeça. Tem uma história e um fundamento. Tenho 28 anos, o vi jogar, foi um vencedor pelo Vasco e sabia que ele seria um grande profissional como treinador", destacou.

Faixa já lhe trouxe transtornos

Não só de alegrias viveu Magno após criar a famosa faixa. Na derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG no Maracanã, ele passou por transtornos com outros torcedores e chegou a ter sua homenagem apreendida pelo Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios).

"O Vasco já tinha tomado de 6 a 0 do Internacional e a torcida estava chateada. Fui estender a faixa no intervalo e dois meninos exaltados pediram para eu tirá-la. Então eu virei para eles e disse: 'Se vocês estão aqui é porque acreditam que nem eu. Não vou tirar'. Então um deles tentou meter a mão na faixa e aí chegou a polícia e a apreendeu, mesmo eu tendo feito tudo direitinho. Havia obtido a autorização do Gepe com 48h de antecedência como eles pedem e expliquei que a havia feito por amor ao Vasco, mas eles levaram mesmo assim", disse Magno, que depois conseguiu recuperar.

Os problemas, porém, não intimidaram o torcedor, que seguiu levando-a e agora foi acolhido pelo restante dos vascaínos, que o apoiaram e também têm adotado a frase. Neste domingo, novamente no clássico contra o Flamengo, ele promete exibi-la de novo.

"Agora todos acreditam. Atualmente estou sendo reconhecido até mesmo quando estou sem a faixa", revelou Magno, que segue confiante:

"Temos muitos jogos ainda pela frente. Ganhamos esses e podemos ganhar outros. Foi como o Jorginho falou: vai ser sofrido, mas vamos sair dessa".

Fonte: UOL