Pablo Escobar foi suspeito de 'armar' vitória do Nacional-COL contra o Vasco na Libertadores-1990; Luiz Carlos Winck relembra

Quinta-feira, 24/09/2015 - 09:51
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A repercussão da série "Narcos" (transmitida pelo Netflix) colocou em evidência novamente a vida do narcotraficante colombiano Pablo Escobar. Na atração (dirigida por José Padilha), ele é vivido por Wagner Moura. Muito já foi dito e noticiado sobre o criminoso (morto em 1993), como seu histórico de subornos para alavancar o crime. Apaixonado por futebol, o antigo milionário era "patrão" do Nacional de Medellín. E, entre os rumores não comprovados de aliciamento para que seu clube de coração fosse campeão, está uma que envolve um suposto jogo armado em que o Vasco foi prejudicado. A partida teve que ser jogada de novo após o árbitro admitir que foi pressionado.

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Goleada salva árbitro

O ápice do Nacional na "era Escobar" foi o título da Libertadores de 89. Na campanha daquele ano, o time venceu o Danubio, do Uruguai, por 6 a 0 nas semifinais. Alguns anos depois, o assistente argentino Juan Bava revelou à imprensa que capangas armados foram até o hotel onde estava o trio de arbitragem e oferecido dinheiro. Bava diz que não aceitou e que a goleada imposta pelo Nacional salvou sua vida por méritos do time colombiano. Mas revelou também que ele disse ao árbitro da partida, Carlos Esposito, que faria ele mesmo um gol caso a partida estivesse terminando sem o clube colombiano à frente no placar.

Vasco na mira de Escobar?

Na Libertadores do ano seguinte, foi a vez de um clube brasileiro sofrer as consequências de jogar na Colômbia naqueles tempos. O Vasco enfrentou o Nacional pelas quartas de final da competição e, depois de empatar no Rio por 0 a 0, perdeu por 2 a 0 em Medellín. Só que o árbitro da partida, o uruguaio Daniel Cordelino, disse à Conmebol que sofreu ameaças antes da partida. Eurico Miranda, já dirigente do Vasco na época, pressionou a entidade e um novo jogo foi marcado para Santiago, no Chile. O time carioca foi derrotado novamente, agora por 1 a 0, mas alguns jogadores lembram bem do clima pouco amistoso da partida na Colômbia.

"Já no aquecimento em campo deu para sentir a pressão, com policiais com cachorros ao nosso lado", disse o ex-lateral Luiz Carlos Winck, que jogou naquela noite. "Não houve um lance capital com influência dele, mas ele estava alterado, vinha para cima da gente sempre. Dava para perceber a pressão pelo resultado favorável ao Nacional", lembra.

Fonte: UOL