O presidente do Vasco, Eurico Miranda, fez acordo para pagar em 24 parcelas pouco mais de R$ 8 milhões ao seu vice-presidente de futebol José Luis Moreira. O débito é referente a 2009, quando o atual mandatário deixou a presidência e José Luis entrou com ação cobrando empréstimos em favor do clube. À época, ele apresentava confissão de dívida de R$ 4.649.031,61 - valor que não era reconhecido pela gestão Dinamite e terminou sendo anulada na Justiça. Porém, no início deste mês, o desembargador Jaime Dias Pinheiro Filho, da 12ª Câmara Cível, reverteu a decisão - considerando "irrelevante" a investigação da origem da dívida e "indiscutível" o termo de confissão de dívida.
O acordo foi realizado na semana passada e homologado nesta quarta-feira na 12ª Vara Cível, pondo fim à discussão jurídica. Com juros e multas no processo, a cobrança chegava a mais de R$ 15 milhões. O clube e o atual vice de futebol acertaram pagamento de 50% do valor em 24 parcelas - o que significa pouco mais de R$ 300 mil por mês. O GloboEsporte.com tentou contato com o presidente Eurico Miranda, que não quis falar com a reportagem. O Vasco fez outro parcelamento milionário recentemente com a Cedae, de dívida superior a R$ 10 milhões.
O advogado de José Luis Moreira, Luis Roberto Leven Siano, afirma que seu cliente abriu mão de todos juros da cobrança e, seu escritório, de R$ 2 milhões em honorários advocatícios.
- O acordo foi feito com índice que mede a inflação, com parcelamento longo sem juros e sem correção monetária. Interesse dele foi receber o valor principal ajustado, em parcelamento de dois anos. Era uma decisão de segunda instância que já era difícil de ser revertida, então os advogados do Vasco recomendaram o acordo - disse o advogado Leven Siano, lembrando que em caso de inadimplência há multa de 30% sobre o valor total.
Na ocasião do processo, em 2009, a diretoria de Dinamite pediu a um perito que analisasse o caso. Na decisão em primeira instância, a juíza Ana Lúcia Vieira do Carmo citava a declaração de imposto de renda do empresário dono de frotas de táxi – "com patrimônio declarado de pouco mais de R$ 1,6 milhão" – e questionava os altos valores de empréstimos.
A decisão do desembargador considera improcedente os embargos apresentados anteriormente pelos advogados da última gestão do Vasco e, conforme o texto, reconhece a confissão de dívida, que foi assinada pelos poderes do clube - por Eurico Miranda e o antigo vice-presidente de finanças, Amadeu Pinto da Rocha, falecido em 2013.
Fonte: GloboEsporte.com