Moreira: 'Quando vencermos uma as coisas vão melhorar'

Sexta-feira, 04/09/2015 - 08:20
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A 12 pontos do 16º colocado, o time do Vasco já tem dificuldades para enxergar como é a vida fora da zona do rebaixamento. Mas a cegueira maior vem de cima. Diante de uma queda iminente, a diretoria mostra não saber para onde correr e se apega a um discurso de volta por cima baseado puramente no desejo de que o cenário melhore. Após a humilhante goleada por 6 a 0 para o Internacional, as únicas palavras direcionadas à torcida foram para pedir paciência.

— A gente vai lutar, vai tentar ganhar o próximo jogo. Quando vencermos uma as coisas vão melhorar. É só aguardar. Eu espero que a torcida colabore, participando e torcendo com muita vontade. Não adianta provocar, avacalhar o time. A equipe está passando por um momento difícil, mas tem qualidades — alegou o vice-presidente de futebol José Luiz Moreira, o único membro da diretoria a atender a reportagem ontem.

Medidas concretas para tentar modificar o cenário, nenhuma. À tarde, Moreira e o presidente Eurico Miranda tiveram uma reunião com a comissão técnica. Mas o encontro não representa nenhuma novidade, pois ocorre normalmente após os jogos independentemente do resultado.

— Foi para apoiar e para passar a mensagem de que é importante que todos se unam e tenham certeza de que vamos superar isso — disse o vice de futebol, que admite não ter explicação para o time fazer a pior campanha de sua história no Campeonato Brasileiro.

— Acabei de levar uma porrada de 6 a 0. Acompanho o Vasco há 50 anos e nunca vivi um momento assim. Não tem explicação. O futebol não é uma ciência exata.

Se não sabe o que fazer para fugir da crise, a diretoria mostra conhecer muito bem os caminhos para driblar imprensa e torcida. No desembarque do time no aeroporto Santos Dumont, no Centro, a delegação mais uma vez saiu direto pela pista, sem passar pelo saguão, em um ônibus sem o escudo do Vasco.

Apesar das precauções tomadas pelo clube, dois torcedores foram até a saída dos fundos do aeroporto para protestar. Sem conseguir ver os jogadores, já que o ônibus tinha janelas escuras, proferiram xingamentos e deram socos no veículo. Acabaram repreendidos pelos seguranças do clube, que ameaçaram agredi-los.

A truculência pode até inibir as manifestações, mas não devolve ao torcedor a esperança na volta por cima. O clima era de velório nos arredores de São Januário: portões fechados, calçadas sem movimentação alguma e bilheterias vazias — ainda que os ingressos para o jogo contra o Atlético-MG, amanhã, já estejam à venda. Sem um norte, o Vasco sofre.

Fonte: Extra Online