O técnico Jorginho desabafou após a goleada de 6 a 0 do Internacional em cima do Vasco, na noite desta quarta-feira, no Beira-Rio. Abatido, com semblante fechado, o treinador mandou recado direto para os torcedores e pediu desculpas pela derrota, que afundou cada dia mais o time para a Série B. O resultado foi o pior da história do Vasco em todas as edições de Campeonato Brasileiro.
- Primeiro, preciso me desculpar com nosso torcedor. Nos sentimos envergonhados, me sinto indignado por tomar de seis, primeira vez na minha vida que acontece isso e na vida de muita gente. O torcedor, que é completamente apaixonado, é a primeira pessoa por quem eu queria me dirigir, peço que nos perdoe. A situação é difícil, é complicada, mas se entregar jamais. Porque ainda estamos vivos, respirando - garantiu o comandante vascaíno.
Para explicar o placar elástico e os jogadores perdidos em campo, Jorginho usou como exemplo a derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha, na Copa do Mundo do ano passado, considerada o maior vexame da história da seleção. E disse que tentou evitar a goleada com as substituições.
- Normal, quando toma alguns gols assim, até se encontrar dentro de campo... É uma coisa que estamos conversando, dependendo da situação que aconteça nós precisamos nos fechar, isso foi alerta que fiz para eles no intervalo também. Nós já temos a experiência do que aconteceu com o Brasil, por exemplo, contra a Alemanha, então no momento que você toma três você se fecha. Foi o que procuramos fazer com as substituições que foram feitas. Infelizmente acabamos perdendo Serginho, pois a gente ia fechar mais ainda o meio de campo. A gente precisava fazer substituição para que tivéssemos um pouquinho de força na frente, então tentamos o Riascos, mas infelizmente não aconteceu. Volto a falar: nos sentimos envergonhados e queremos mudar esse quadro.
O Vasco segue afundado na lanterna da competição com apenas 13 pontos e volta a campo no sábado, às 19h30 (de Brasília), quando recebe o Atlético-MG no Maracanã.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Jorginho:
O JOGO
Não tenha dúvida que foi um jogo em que deixamos muito a desejar, precisamos de atitude para mudar, atitude de homem, realmente de atletas que vencem nas suas vidas. A gente tem tanta experiência, a gente tem visto tanta gente superando tantos problemas e precisamos agora dessa reação. Treinamos isso, a bola parada, e o caminho foi aberto de bola parada, tomamos mais gols de bola parada. Não pode acontecer de novo, de jeito nenhum. Precisamos ter reação muito rápida para que a gente sonhe com dias melhores.
FALTA DE REAÇÃO
Temos tentado de tudo, os atletas que são jogadores de área, que temos colocado, não deram resposta que a gente precisava e procuramos formação que tivesse um pouco mais de posse de bola. Mas com o gol tomado isso atrapalha qualquer equipe. Não tenha dúvida que você acaba correndo mais, se desgasta mais, tem que correr atrás do resultado e contra uma equipe extremamente qualificada tecnicamente, que é o Inter. Acho que esse foi nosso maior problema hoje.
MUDANÇAS POSSÍVEIS
Acho que qualquer avaliação em relação a isso agora seria muito precoce. A cabeça está a mil. Como falei, está todo mundo muito envergonhado. Preciso só passar para a torcida aquilo que vi, aquilo que nós vimos no jogo, que a gente precisa realmente de atitude, atitude de homem, de atleta, mas quanto a mudanças precisamos pensar mais para frente.
JOGADORES ENTREGUES?
Depois, como aconteceu a situação, você realmente pensa em se entregar, mas de jeito nenhum. É difícil, dói muito realmente, tomar de seis é como se perdesse alguém da família. A gente sabe a responsabilidade que é, o nome do Vasco, mas precisamos reagir, o mais importante é que a gente reconheça, sinta a dor realmente com os gols que nós sofremos, que a gente possa reagir aquilo que estava errado.
MATEMÁTICA CONTRA A DEGOLA
A gente tem que sair da situação que a gente se encontra, precisamos somar pontos e seria muito bom se tivéssemos somado pelo menos um ponto em casa contra o Figueirense, numa partida muito boa que fizemos. Pressionamos o adversário, não conseguimos fazer o gol necessário, mas claro que a gente tem que ver os números, sabemos o que precisamos, eu falei: 'está diminuindo, mas não é impossível'. Temos 16 jogos. Já houve equipes no Brasileiro que passaram por situações como essa e conseguiram se reerguer e gente está inclusive recebendo reforços para solucionar uma situação dessas.
Fonte: GloboEsporte.com