Torcida foi ao desespero no Maracanã com gols perdidos pelo Vasco

Domingo, 30/08/2015 - 10:44
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O roteiro foi bem parecido com os jogos contra Joinville e Coritiba, mas desta vez, talvez, ainda mais doloroso. No mesmo local, contra adversários que se encontram ou na zona de rebaixamento ou ameaçados e um final igual - de resultados ruins para o Vasco e com a lanterna assegurada por mais uma rodada. As consequências diretas era sentidas em rápido olhar pelas arquibancadas do estádio. A torcida vascaína, que começou a noite celebrando Rafael Silva e cantando que o Vasco é o time da virada, teve mais uma noite de muito sofrimento no ano. A reação, que a cada dia parece mais difícil do Vasco no Campeonato Brasileiro, foi adiada novamente sem previsão de retorno.

O novo balde de água fria no Vasco vem apenas três dias depois do empate por 1 a 1 com o Flamengo, resultado que classificou o time para as quartas de final na Copa do Brasil. A torcida compareceu em número apenas razoável - pouco mais de 17 mil presentes - e não demorou a se irritar com a quantidade de erros do time. Na 21ª rodada, o Vasco coleciona fracassos no seu setor ofensivo. Na noite de sábado, até Romarinho, que ficara no banco apenas duas vezes em toda a competição, teve sua chance. E Andrezinho, até Thalles entrar no meio do segundo tempo, foi para o ataque, como último homem do Vasco.

De nada adiantou. São 14 jogos do Brasileiro em que o Vasco não conseguiu balançar a rede. São apenas oito gols em todo a competição. Para completar, o artilheiro do time no Brasileiro é Riascos, que tem apenas três gols e novamente - como já havia sido no jogo contra o Fla - foi o jogador mais vaiado no Maracanã. O último gol do time foi marcado pelo colombiano há seis jogos, na derrota de goleada para o Palmeiras (4 a 1 em São Januário). Anunciada no intervalo, a substituição do colombiano foi o momento de maior comoção dos vascaínos na arquibancada - a torcida vibrou como se fosse um gol.

Mas não foi só o gringo que foi vaiado. Amuleto da sorte em 2015 – com gols decisivos contra o Botafogo e com música de “matador de urubu” cantada nesse sábado à noite no Maracanã, em referência ao gol que eliminou o Flamengo da Copa do Brasil -, Rafael Silva também recebeu críticas dos vascaínos, que entraram em desespero quando a bola começou a rolar. Na primeira chance, boa triangulação entre Rafael Silva e Christiano, que passou para Riascos chutar fraco, longe do gol. Rafael também chutou mal de fora da área e, na melhor chance do primeiro tempo, Julio dos Santos nem chegou a concluir a gol – com o zagueiro do Figueirense cortando antes.

Foram pelo menos três lances em que os jogadores, de dentro da área, sequer chutaram a gol. O mais sintomático aconteceu no segundo tempo. Thalles, que entrou no lugar de Jean Patrick – Serginho foi para a lateral -, dominou, ajeitou e demorou até o jogador adversário cortar a bola. Em seguida, foi a vez de Rafael Silva chutar prensado, depois de demorar a concluir a gol. No segundo tempo, outra boa chance veio em cabeçadas de Christiano e Julio dos Santos, mas a bola não entrava de jeito algum. Faltava competência, mas, para Jorginho, também tranquilidade. O treinador voltou a repetir, como um mantra, que o Vasco “não vai desistir”.

- Temos de ter frieza. Grandes matadores são frios nesse momento. Estamos conversando, treinando, para que as oportunidades apareçam. O que a gente deseja bastante é que isso aconteça, que se sintam frios para concluir. Temos jogadores nessa função experientes, outros jovens. Não vamos desistir. Temos de continuar acreditando, não tem outra fórmula. Esse é o grupo que nós temos, vamos trabalhar para sair dessa situação – disse o treinador.

Com Romário, Mônica Santoro e a família do senador no estádio, Jorginho promoveu a estreia de Romarinho na Série A do futebol brasileiro. O jogador entrou com o numero 20 às costas, deu um chute a gol e fez boa jogada pela ponta esquerda. Amigo de Romário, Jorginho disse que “Romarinho era a última opção por uma chegada em velocidade”.

- Sinceramente, esperava que ele decidisse o jogo. Por ele e por todos nós. Ele teve uma participação muito boa, apesar do curto tempo em campo. Chutou para gol, fez cruzamentos, partiu para cima, muito bom contar com um jogador desse nível. A juventude e paixão no momento. Me agradou muito.

Romarinho admitiu que a ansiedade faz diferença neste momento no time vascaíno. Filho de um dos melhores atacantes da história do futebol mundial, o jogador quer voltar a atuar.

- O tempo vai passando e a gente sabe que precisa dessa vitória. A bola não tem entrado nos jogos do Brasileiro. Cada vez que o minuto vai passando, vai ficando mais complicado e a gente tenta fazer gol de qualquer jeito. Talvez a afobação esteja atrapalhando a gente um pouco. Estava com expectativa muito grande pela minha estreia no Brasileiro, no primeiro jogo de Série A que eu faço. Acho que me saí bem, fico triste pelo resultado, mas mais para frente com ritmo de jogo espero melhorar – afirmou o atacante.



Fonte: GloboEsporte.com