Confira a íntegra da entrevista coletiva de Jorginho após Vasco 0 x 1 Figueirense

Sábado, 29/08/2015 - 22:32
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Jorginho, técnico do Vasco, não joga a toalha. Reconhece que a situação do time no Campeonato Brasileiro é muito difícil, mas avisa: não vai desistir de tentar manter o clube na Primeira Divisão. Em entrevista coletiva após a derrota para o Figueirense, por 1 a 0, neste sábado, ele usou um drama familiar para motivar o grupo e mostrar que ainda confia na recuperação.

- Não tenha dúvida de que estamos bem chateados com essa situação. Todos lamentam muito a gente não ter feito pelo menos um ponto nesse jogo. Quero apenas dizer que nós não vamos desistir. Gostaria de contar uma história da minha família. Tenho uma mãe fantástica que me ensinou coisas fantásticas, um irmão viciado em drogas por 30 anos, um irmão viciado em álcool por 20 anos e minha mãe não desistiu deles. E hoje eles estão bem. Apesar de não termos vencido hoje, consigo vislumbrar um futuro melhor para o Vasco.

Jorginho também lamentou os gols perdidos pela equipe na partida contra os catarinenses. Apesar de pressionar o tempo todo e criar muitas oportunidades, a pontaria falhou novamente.

- Poderíamos ter matado o jogo. O goleiro deles foi o melhor em campo. Não é de hoje que o Muralha vem bem. Vejo que a equipe está progredindo, construiu, chegou, com qualidade, com cruzamentos, com passe em profundidade... Fizemos todas as mexidas para que a equipe continuasse organizada. Existe um peso do primeiro turno e vamos ter de trabalhar muito bem essa situação. Falei para eles no vestiário "Eu acredito e não vou desistir de vocês". Vamos continuar lutando e trabalhando. Equipe que se doa, que está completamente compenetrada, comprometida, não pode, de forma nenhuma, deixar passar oportunidades como está acontecendo.

Com 13 pontos, o Cruz-Maltino continua em último lugar e pode ver os concorrentes do Z-4 abrirem vantagem no complemento da 21ª rodada. Na quarta, o Vasco visita o Inter, no Beira-Rio, em Porto Alegre, às 19h30 (de Brasília).

Confira os demais trechos da entrevista de Jorginho:

Pressão psicológica

- Temos de ter maturidade e frieza neste momento. Não é fácil. Quando perde o jogo, perde gols, vem flashs na cabeça, de tudo o que aconteceu. Precisamos combater essa situação com imagens de vitórias, relembrando que sete ou oito jogadores que começaram o jogo hoje são campeões cariocas. São jogadores acostumados a decisões e a dificuldades. Fazemos de tudo, conversamos, motivamos, cobramos o que tem de cobrar... Temos de continuar acreditando. No momento que a bola entrar, tudo ficará mais fácil.

Jogos difíceis na sequência

- Uma coisa é positiva em se jogar com grandes equipes, que querem e sonham com coisas grandes. Vão se lançar, vão dar oportunidade de ter o jogo mais aberto. Essa é uma das maiores dificuldades que temos enfrentado. Tomamos gols no final. Vamos ter um jogo mais aberto e podemos surpreendê-los.

Jogadores de ataque

- É natural que haja um peso do primeiro turno para cá. Temos de ter frieza. Grandes matadores são frios nesse momento. Estamos conversando, treinando, para que as oportunidades apareçam. O que a gente deseja bastante é que isso aconteça, que se sintam frios para concluir. Temos jogadores nessa função experientes, outros jovens. Não vamos desistir. Temos de continuar acreditando, não tem outra fórmula. Esse é o grupo que nós temos, vamos trabalhar para sair dessa situação.

Romarinho

- A entrada do Romarinho foi a última opção por uma chegada em velocidade. Por característica, por personalidade, ele vai para dentro, é destemido. Sinceramente? Esperava que ele decidisse esse jogo de hoje. Por ele e por todos nós. Ele teve uma participação muito boa, apesar do curto tempo em campo. Chutou para gol, fez cruzamentos, partiu para cima, muito bom contar com um jogador desse nível. A juventudade e paixão no momento. Me agradou muito.

Dagoberto

- O Dagoberto vem sentindo muitas dores no joelho. Isso é o que foi passado para mim da parte médica. Tenho de respeitar o que o médico passa para mim.

Como recuperar o Riascos psicologicamente

- Não sou psicólogo. Temos uma psicóloga no clube. Mas é muito mais do que isso. Ele tem de acreditar no pontecial dele. É um jogador com muita qualidade, muito forte, muito rápido. Existe momentos em que não está bem. Riascos tem de entender que atacante vive de gols e ele tem potencial para isso. Quero vê-lo novamente fazendo aquela cobrinha (comemoração dos gols), vê-lo fazer o Vasco sair. É a situação para ele e para todos os atletas. Não vamos desistir. Acreditamos muito que vamos sair dessa situação.

Prognóstico para sair do Z-4

- Pelo que vimos de média do Brasileiro nos últimos vamos, vamos precisar de uns 42, 43 pontos... Então, precisamos hoje de 30 pontos, para nos dar tranquilidade. Temos de contar com vitórias e empates. Hoje seria um ponto precioso, no decorrer das circunstâncias. Não seria excelente, mas seria muito melhor do que perder. É passo a passo. Não adianta ficar pensando em ganhar 10 jogos direto porque isso é muito pouco provável. Precisamos manter a regularidade e engatar uma vitória.

Fonte: GloboEsporte.com