De personalidade tranquila, que mistura frieza e serenidade que a função exige, o goleiro Martín Silva deu entrevista importante no Vasco na véspera da partida contra o Figueirense. Ao seu estilo, sem ser explícito nas respostas, mas com mensagens claras, ele entregou o novo clima em São Januário com a chegada do técnico Jorginho. Com outro discurso, de muita confiança - a cada entrevista o tetracampeão fala em certeza de sair da situação delicada do time na tabela -, o treinador parece que elevou a autoestima dos jogadores e trouxe leveza para o ambiente do lanterna da Série A.
Titular absoluto desde que chegou ao Vasco, Martín foi substituído no intervalo da partida contra o Palmeiras - 3 a 0 no primeiro tempo, num jogo que terminou 4 a 1 - e foi cortado do duelo contra o Corinthians (3 a 0 para os paulistas). A intenção de Roth era preservar o goleiro, mas a mudança deixou o goleiro mais exposto. Sem ser questionado diretamente sobre o antecessor de Jorginho, o uruguaio elogiou o novo técnico entre elogios à definição do time - Roth fazia muitas mudanças na equipe jogo a jogo - e à "injeção de confiança" que o Vasco recebeu com a mudança de treinador.
- Acho que Jorginho está ajudando muito. É difícil pegar um time nessa situação, com tão pouco tempo para trabalhar, já que estamos jogando a cada três dias e só temos tempo para recuperar, descansar, sem fazer muito trabalho no campo. Mas na parte motivacional ele está fazendo um trabalho muito bom, está tratando de passar tudo o que precisamos dentro de campo. Pessoalmente, estou muito confortável com o jeito que ele trabalha e o grupo também está muito contente de encarar esse segundo turno com essa comissão técnica - disse o goleiro, na resposta mais direta sobre a troca de comando no time.
O goleiro considera que o segundo turno tem perspectiva bem melhor para o Vasco, com definições de 11 titulares e entrosamento dos jogadores que chegaram ao longo da temporada. Ele lembrou das contratações de Andrezinho, Herrera, de Jorge Henrique, Nenê e Seymour e disse que agora "o grupo está fechado", ou seja, nenhum jogador mais deve ser contratado. Questionado sobre o excesso de cartões - Vasco é o time que mais teve expulsões na competição (oito ao todo) e o segundo, ao lado do Joinville, com mais amarelos (64) - e desta vez de maneira espontânea, o gringo lembrou que o momento delicado acirra os ânimos do grupo, mas ressalvou os esforços da nova comissão técnica.
- Agora o time está mais organizado dentro do campo. Mas pode ter a ver (com nervosismo), com essa vontade de reverter a história no jogo, mas não tem isso de indisciplina. Jorginho está trabalhando muito bem isso, pedindo para o time focar dentro de campo, na hora de pegar a bola. Esquecer juiz, torcida, esquecer essa ansiedade de querer ganhar logo - contou o goleiro, que respondeu sem titubear um segundo se preferiria escapar do rebaixamento ou vencer a Copa do Brasil. - Prefiro não ser rebaixado. Seria mais importante para esse grupo e para o Vasco também não chegar a seu terceiro rebaixamento. O principal é que ainda acreditamos.
Fonte: GloboEsporte.com