Um total de 47 faltas, 13 cartões amarelos, um vermelho e apenas 25" 7’segundos de bola em jogo, quando a Fifa recomenda, no mínimo, 60 minutos. Este é um retrato que sintetiza a violência e a pobreza técnica que marcaram o primeiro encontro entre Flamengo e Vasco, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Nesta quarta, às 22h, no Maracanã, os arquirrivais decidem o futuro no torneio nacional — o Vasco leva a vantagem do empate devido à vitória de 1 a 0 na semana passada; o Rubro-negro precisa vencer por mais de um gol de diferença para se classificar; se for por diferença de um gol, a decisão da vaga será nos pênaltis.
Torcedores-símbolo de seus clubes, o Cruz-maltino Mister M e a rubro-negra Dona Zica esperam por um espetáculo esta noite. Entre provocações sadias e ironias de lado a lado, os dois se encontraram no palco da decisão. Para o “Príncipe dos Sortilégios”, as mágicas do futebol bonito devem ser a prioridade. No placar, no entanto, ele espera que não haja nenhum truque em relação ao que houve no jogo de ida.
— Foram lances ridículos, faltas desnecessárias e um juiz nada qualificado. Hoje, Vasco e Flamengo virou sinônimo de luta livre, não de futebol — disse Mister M.
A decepção com o último Clássico dos Milhões é compartilhada por Dona Zica, 64 anos de dedicação ao Flamengo. Confiante na virada, ela crê que declarações desastradas de dirigentes e jogadores ajudam a acirrar os ânimos. Jorge falou em “guerra”, Guerrero falou em “atropelar”, e Eurico Miranda só trata o encontro como um “campeonato à parte”.
O recado do torcedor foi acolhido pelos técnicos. Na véspera do jogo, o espetáculo foi valorizado por Jorginho, que pediu responsabilidade.
— Temos entender que não podemos trazer essa violência que vivemos no Rio de Janeiro para dentro de campo. — afirmou o vascaíno.
Já o rubro-negro Oswaldo de Oliveira, pediu “prioridade ao jogo de futebol, à bola”:
—Essa é a tônica.
Que as palavras saiam do discurso e virem ação. Pelo bem do nosso futebol.
Fonte: Extra Online