Entre os motivos que instigam o Vasco a passar pelo Flamengo amanhã e avançar na Copa do Brasil, um dos que falam mais alto é o bolso vazio. Em crise financeira, o clube ainda não conseguiu pagar o salário de julho, inicialmente prometido para o último dia 10. Caso esqueça momentaneamente o drama no Campeonato Brasileiro e prossiga no mata-mata nacional, colocará as mãos em uma bolada de R$ 820 mil.
Essa é a premiação prometida pela CBF para quem se classificar entre os oito melhores da competição. O dinheiro será muito bem vindo, até porque a perspectiva de grande arrecadação com a bilheteria dos dois clássicos contra o arquirrival ainda não se concretizou. Na primeira partida, quarta-feira passada, o Vasco levou apenas R$ 189.640,81. O público pagante de 34.844 foi aquém do esperado e a renda de R$ 1,3 milhão foi mordida por despesas de R$ 941 mil.
Para o duelo de amanhã, a tendência é a de que o clube leve um pouco mais para casa. Até ontem, 30 mil ingressos foram vendidos, a maior parte para a torcida do Flamengo. Por enquanto, os vascaínos ainda não estão dispostos a ir ao Maracanã, mesmo com a vantagem do empate, obtida graças à vitória por 1 a 0, no primeiro jogo.
Enquanto os R$ 820 mil de premiação seria o benefício mais tangível de uma classificação para as quartas de final da Copa do Brasil, outros elementos também dependem do resultado de amanhã. Um deles é o clima dos jogadores junto à torcida. Por enquanto, ela tem reagido com indiferença desde que o time retornou ao Rio, após a derrota, por 3 a 0, ante o Goiás. Isso pode mudar para o bem ou para o mal, após o clássico.
- Temos noção da pressão que sofreremos, já estamos vivendo isso no Brasileiro, a pressão da torcida no hotel, nos jogos. Mas vamos manter a concentração na Copa do Brasil. Vamos fazer de tudo para não deixar a torcida na mão - prometeu o lateral-direito Madson.
Com o intuito de blindar os jogadores e conseguir a classificação sobre o Flamengo amanhã, a diretoria confirmou a decisão de antecipar em um dia a concentração da equipe. Hoje, o técnico vascaíno Jorginho comandará o último treino antes da partida. A tendência é a de que use a atividade para trabalhar a parte tática do time, especialmente depois da atuação ruim de sábado.
- Precisamos trabalhar mesmo. O treinador tem pouco tempo por causa da sequência de jogos e está certo em não dar recreativos. A Copa do Brasil também é importante para nós - destacou Madson, resignado.
Fonte: Extra Online