Confira a íntegra da entrevista coletiva de Jorginho após Urubu 0 x 1 Vasco

Quinta-feira, 20/08/2015 - 02:19
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Um treinador sereno. A vitória do Vasco sobre o Flamengo, na partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, empolgou a torcida, mas não encontrou eco no vestiário e no estreante da noite, o técnico Jorginho. Após a partida, o treinador vascaíno elogiou a equipe, a dedicação de Jorge Henrique, de Serginho, de Riascos, mas fez questão de colocar todos a postos com a realidade do clube. Lanterna do Campeonato Brasileiro, Jorginho disse que o estado é de alerta até dezembro - ou seja, até tirar a equipe da zona de rebaixamento.

O técnico do Vasco lembrou que Celso Roth também estreou com duas vitórias e depois a equipe caiu de rendimento. Jorginho enfatizou o que disse também na apresentação: para ele, é inadmissível que o elenco do Vasco passe pela condição de último colocado do Brasileiro.

- Uma vitória importante, mas que não definiu nada. Jogamos contra uma equipe muito qualificada. Um gol muda completamente a história de um jogo, muda formação da equipe. Mas tem mais 90 minutos contra o Flamengo, uma equipe muito perigosa. Estávamos ainda em estado de alerta, e assim estamos até dezembro.

O treinador pediu concentração no jogo de volta da quarta-feira que vem e, mais atenção ainda, para a partida de sábado, na reabertura do segundo turno contra o Goiás - no Serra Dourada, às 18h30. Com a vitória sobre o Flamengo, o Vasco chegou a sete vitórias em clássicos no ano - a sexta consecutiva, uma marca que não se repetia há quase 70 anos. Em 1947, o Expresso da Vitória venceu seis clássicos em sequência também.

Confira a íntegra da coletiva de imprensa:

Resultado

Acho que é muito cedo em falar em vitória que tem cara do treinador. Gostei da forma de jogar, treinamos dois dias apenas, procurei dar padrão tático, procurando que os jogadores entedessem o que queria. A equipe assimilou muito bem, marcando mais à frente, liberando os laterais para jogarem. Muito consistente defensivamente. De fora, não via corpo mole. Eles queriam, mas não estava acontecendo. Procuramos conversar muito, porque considero inadmissível pelo potencial que esse time estar na situação em que se encontra no Brasileiro. A vitória foi importante, mas temos agora o Goiás, depois Flamengo de novo. São 180 minutos, tem nada resolvido. Foi um bom jogo, foi lá e cá o tempo todo. Os dois tiveram oportuinidade, o que fico mais feliz não é a vitória, mas a postura da equipe. A determinacao de fazer o que era proposto, sobre os vídeos que vimos e colocamos isso em prática.

Substituição

Pensei em tirar o Julio dos Santos, mas ele disse que estava muito bem. Ele é um segundo volante ou meia atacante, mas para acompanhar o tempo todo o garoto Jorge era difícil. Mas ele fez isso perfeitamente e permaneceu no jogo. Procuramos trocar basicamente seis por meia dúzia, nas suas posições, não trazendo o Flamengo para cima da gente, mas deixando eles para trás. Com a expulsao do Wallace melhorou para a gente.

Parte tática

São vitórias de detalhes, eles estavam bem, em alguns momentos superiores, fazendo a bola girar, estávamos tendo dificuldades na saída de bola, consertamos isso com nossos laterais, que vieram buscar. Fui lateral, sei que eles são a surpresa. Cristovão é grande treinador, equipe deles estava bem, mas metemos gol e ganhamos o gás. Corre melhor, corre certo. Fico feliz de além deles terem colocado realmente sangue nos olhos, não desistiram. Todos foram muito bem, mas o Serginho foi um leão, um dos melhores em campo. Mas temos que manter um padrão, não pode se desorganizar porque fez ou tomou um gol. Queremos isso para os próximos jogos.

Meta: campeão do segundo turno

Madson falou isso? Já entregou o ouro (risos). Tenho forma de pensar, trabalhar e agir com planejamento e sonhos grandes. Essa equipe não merece estar onde está. Se atingirmos esse objetivo vamos sair da zona de rebaixamento. É muito importante confiarmos no nosso trabalho, confiarmos em nosso potencial. Mesmo tendo erro, tentar melhorar, fazer com que nosso ambiente seja o melhor possível. Nem sempre é possível quando se está perdendo. No Brasileiro ainda somos os últimos, precisamos sair dessa situação. A gente traça metas que talvez não alcancemos, mas fizemos com a equipe saísse daquele local de conforto que se colocou. Jogamos contra uma equipe muito qualificada. Um gol muda completamente a história de um jogo, muda a formação da equipe. Mas tem mais 90 minutos contra o Flamengo, uma equipe muita perigosa. Estamos ainda em estado de alerta e assim vamos ficar até dezembro.

Resposta do time

A maior resposta quem dá é o jogo. Fiquei muito satisfeito, vi a postura da equipe completa, comprometimento em todos os sentidos e principalmente com a forma de jogar, na disciplina tática. Se você não se organiza você consequentemente vai perder. A vitória nos traz ânimo e eleva a possibilidade de mudarmos a história a partir de um jogo como esse. Estávamos com os nervos a flor da pele, tivemos três cartões no primeiro tempo, depois teve o vermelho do Wallace. Tratamos muito isso com eles, da importância de permanecer com os 11, o que foi fundamental.

Conversa com Rodrigo, Guiñazu

Estávamos tendo dificuldade de sair jogando, pedimos para os laterais avançarem mais, porque os volantes estavam em linha reta, para organizar a nossa saída de bola. Os laterais têm mais qualidade para sair jogando, nosso volantes fizeram movimentação exatamente como esperávamos. Tivemos um problema. Toda bola que lançamos, você acaba rifando e tem a menos possibilidade de pegar a segunda bola. Apesar do Riascos ganhar muitas vezes na cabeça, realmente é um jogador muito forte, que perturbou o tempo todo a zaga do Flamengo.

Jorge Henrique

É alguém que admiro há muito tempo. Tive a alegria de jogar contra, ganhar dele mesmo com toda dedicação que ele tem. Sinceramente ele tem esse espírito que a gente está querendo. O espírito tem que ser constante, de pegada, de disciplina tática. Ele é muito importante para a equipe e decidiu o jogo.

Dagoberto

Um dos atacantes mais qualificados tecnicamente que nós temos. A nova formação que quase todos os clubes estão colocando em prática tem sido quase um 4-2-3-1. É um jogador que a gente vai de alguma forma encontrar espaço. Ele não é mais jovem, mas é extremamente inteligente. Pode ser usado no momento certo. Acreditamos demais no potencial dele, é muito bom de grupo, tem um coração maravilhoso. Ele entende minha mudança, respetou bastante e quando entrou foi fazendo aquilo que pedi. Conto muito com ele. E tem mais: ele é um vencedor e a gente precisa disso.

Comemoração no vestiário

Tivemos muita certeza de que essa vitória foi um detalhe. Ganhamos pequena vantagem, foi muito claro isso. Jogadores muito conscientes dessa situação. Conscientes de que o que está por vir é o que realmente importa. Precisamos sair dessa situação, colocar o Vasco onde realmente merece. Tivemos momentos que não foram legais no jogo, precisamos melhorar. Uma equipe que quer chegar lá não pode ter altos e baixos. Precisa ser regular e ter pés no chão. Quando (Roth) começou ganhou dois jogos e a coisa não caminhou. Mais importante de tudo é entendermos que precisamos manter a regularidade e precisamos ter paixão pelo que fazemos. Agora, no vestiário, claro, todos nós nos alegramos. O presidente também, é evidente. Já joguei dos dois lados e quando ganha é uma felicidade. Quando perde você fica... Não saía para a rua, não andava no shopping, passava uma semana mal.

Erros

Não podemos nos desarrumar em momento algum do jogo. Eles conseguiram ter mais posse de bola do que a gente e nos desorganizarmos. No fim, Sheik ou Emerson conseguiram escapar e não podemos deixar isso acontecer. Sem a bola acabamos correndo muito mais.

Fonte: GloboEsporte.com