Natação Paralímpica: Camille Rodrigues fala sobre título de musa do Parapan e sua participação na competição

Lisonjeada por receber o título de musa da natação do Parapan de Toronto, Camille Rodrigues tem outros motivos para ficar ainda mais feliz. Disputando o a competição pela segunda vez, ela acaba de conquistar sua primeira medalha de ouro e quer mais.

Natural de Santo Antônio de Pádua (RJ), a atleta já havia trazido duas pratas e um bronze pelo Parapan disputado em Guadalajara, no México, e não via a hora de concretizar o sonho dourado. “A disputa nos 400m livre [Classe S9] foi incrível. Senti muito o final de prova e saí com meus braços ardendo por dentro, mas, quando se ganha uma medalha de ouro, é uma dor prazerosa”, diz a bela de 23 anos, que ainda ficou com o bronze nos 50m livre S9.

Devido a uma má formação congênita, Camille teve de amputar a perna direita ainda criança. Aos quatro anos, por prescrição médica devido a um problema de atrofiamento na bacia, começou a nadar. Gostou e, pouco tempo depois, já começou a competir para valer.

Famosa em redes sociais – sua página no Facebook tem quase 110 mil curtidas –, Camille se mostra muito vaidosa nas fotos que costuma publicar. Entretanto, garante que não pensa em virar modelo. “É maravilhoso esse titulo de musa que colocaram em mim, mas não me acho isso tudo”, diz. “Tiro algumas fotos só por hobby mesmo, não tenho nenhuma pretensão em seguir essa carreira.”

Perguntada se aceitaria um convite para um fazer um ensaio sensual, logo pensa no pai, antes de descartar: “Acho que não teria coragem, pelo meu pai". Depois, complementa com humor: “Mas, se fosse por alguns milhões de reais, talvez ele deixasse (risos)".

Especialista nas provas dos 200 e 400m livre, Camille é fã de André Brasil, dono de sete medalhas de ouro em Paralimpíadas, além de ser detentor de diversos recordes mundiais. “É meu ídolo porque para manter-se em alto nível é muito difícil e ele consegue. Além de ser meu companheiro de treinos e amigo”, diz a atleta do Vasco.

Ainda em busca da classificação para as Paralimpíadas do Rio 2016, a nadadora crê que poderá fazer bonito em casa. É para essas ocasiões que aposta em seu lema de vida: “O impossível é uma questão de opinião". A frase aparece tatuada em seu corpo.

Para os que duvidam da capacidade de pessoas com algum tipo de deficiência física, Camille manda um recado: “Deficiência é não ter caráter!”

Nesta quinta-feira, a musa da natação estará novamente em ação no Parapan de Toronto, na prova dos 100m costas S9. Ela ainda fecha sua participação na sexta-feira, na disputa dos 100m livre S9.

Fonte: IG