Com o time em penúltimo na tabela do Brasileiro e o risco de rebaixamento já em 69% antes da virada do turno, cabeças estão ameaçadas no Vasco. E não apenas a do treinador Celso Roth. Com a corda no pescoço e diante de um jogo contra o Joinville, domingo, em que só lhe resta vencer, o técnico admite que alguns nomes devem ser sacrificados na tentativa de conseguir uma reação.
Roth sabe que a situação precisa de medidas drásticas. Em 42 dias de Vasco, ele só teve uma semana inteira para treinar a equipe logo em sua chegada. Depois, encarou uma maratona de jogos às quartas-feiras e nos fins de semana que só fez a crise aumentar. E é justamente na falta de tempo que ele se apega para defender o emprego, já ameaçado devido aos maus resultados e aos problemas de relacionamento com parte do elenco.
— Não me passa isso pela cabeça (ser demitido em caso de fracasso contra o Joinville). Estou há 40 dias (no Vasco), seria uma falta de lógica completa. Até porque vim aqui para substituir um profissional que ficou seis meses — disse o treinador, que em seguida, fez um desabafo.
— É bem interessante esse tipo de coisa. Foram só 40 dias de trabalho e as coisas são colocadas em cima de um treinador, como se ele fosse culpado pelo ano todo. Um treinador que já tem três vitórias no Brasileiro, enquanto antes o time não tinha nenhuma. Não estou colocando a culpa em ninguém. É só uma análise minha.
A tendência é a de que outras cabeçam caiam antes da de Roth. Finalmente com tempo para trabalhar (serão nove dias de treino até o jogo contra o Joinville), ele aproveita a oportunidade para conhecer melhor as opções que possui no elenco.
— Para vocês (jornalistas) terem ideia, na sexta-feira fizemos algo que eu ainda não tinha tido tempo de fazer: um coletivo com o pessoal que não participa normalmente dos jogos, que eu ainda não tinha visto. Foi um trabalho de sessenta minutos, bem interessante. E, agora, com essas percepções e esse conhecimento, obviamente que posso mudar algumas coisas no sentido de nomes e de características — revelou o treinador.
A primeira mudança anunciada por Roth não chega a ser surpresa, mas tem a importância de dar fim a uma polêmica. Após ser barrado no intervalo do jogo contra o Palmeiras, o uruguaio Martín Silva deve voltar ao time.
— Eu tinha dito, logo depois do jogo com o Palmeiras, que o Martín era o titular do Vasco, apesar de toda a controvérsia que deu depois. Eu disse que ele precisava de tempo para treinamento. Ele está tendo, e, se as coisas continuarem dentro da normalidade, ele vai voltar a ser titular sim na próxima partida — confirmou o técnico.
Reserva contra o Corinthians, Dagoberto é um dos jogadores que podem perder de vez a condição de titular. Contratado desde março, o jogador ainda não conseguiu — muito por causa de uma série de lesões — engrenar uma sequência de atuações convincentes. Roth garantiu que ainda tem planos tanto para ele quanto para seu companheiro de ataque, o argentino Herrera.
— São dois jogadores importantes. O Dagoberto pela finalização e o toque refinado, e o Herrera pela luta, porque o Vasco é luta. Minha expectativa é que me ajudem.
A semana se anuncia decisiva em São Januário. Com muitos destinos em jogo, Roth tenta encontrar algum ás na manga para salvar o Vasco e a si próprio.
— Temos que ganhar, ganhar e ganhar — resumiu o técnico vascaíno, que evidenciou entender bem a situação em que se encontra.
Fonte: Extra Online