Os principais clubes do país querem diminuir o poder da CBF em relação ao Campeonato Brasileiro, mas não entram em consenso sobre como fazer isso.
O plano mais forte no momento é compartilhar a organização da competição com a confederação por meio de uma Liga ou uma associação dos times. A nova entidade agiria em sintonia com a CBF.
Nesse cenário, os clubes cuidariam principalmente da parte comercial do Brasileirão, como a venda dos direitos de TV, que voltaria a ser feita em bloco, método usado na época do Clube dos 13, não individualmente, modelo adotado hoje. A tabela seria elaborada por um executivo em conjunto com a emissora de televisão que transmitir os jogos. Outros assuntos técnicos, como a escalação de árbitros, ficariam sob a batuta da confederação.
Esse formato tem até um executivo cotado para tocar a Liga: Marcelo Campos Pinto, alto funcionário da Globo, desde que ele deixe seu cargo na emissora.
Mas há também um grupo menor e mais radical que defende a criação da Liga de forma totalmente independente da confederação.
“É certo que a CBF precisa dividir o poder com os clubes. Mas romper com ela não é o caminho. Criar uma Liga dentro da confederação é impossível. Então, acho que a solução é fundar uma associação de clubes. Ela discutiria a venda de direitos de transmissão pelos clubes, de maneira colegiada”, disse Modesto Roma Júnior, presidente do Santos.
“Não temos como organizar um campeonato agora. Então, precisamos primeiro buscar a união. Depois, podemos fazer uma liga branda, um modelo híbrido de gestão junto com a CBF. Isso iria evoluindo até a criação da Liga Nacional”, afirmou Júlio Casares, vice-presidente do São Paulo.
Uma demonstração de que a unidade pregada pelo são-paulino não será alcançada facilmente é o fato de o Cruzeiro afirmar que ainda nem foi chamado para debater a criação da Liga, ideia que tem Flamengo e Atlético-PR entre seus líderes.
“Não ouvi nada sobre isso, ninguém me procurou, não participei de nenhuma reunião”, declarou Gilvan de Pinho Tavares, presidente cruzeirense.
Independentemente do sistema a ser adotado, a maioria dos clubes entende que Marco Polo Del Nero está fragilizado por causa das investigações do FBI sobre supostos casos de corrupção no futebol e que atingem cartolas brasileiros. Assim, consideram o momento ideal para cobrar o aumento do poder dos times nas decisões sobre o Brasileirão.
Fonte: Blog do Perrone - UOL