Com Celso Roth no comando do Vasco no Brasileiro o time tem aproveitamento de 42,8% - o que seria suficiente, portanto, para ocupar a 11ª posição da tabela. Incluindo os dois jogos da Copa do Brasil, este número chegaria a 55%. Mas neste momento não são os números que ameaçam a continuidade do trabalho do técnico gaúcho em São Januário. A personalidade forte, as ações enérgicas e nem sempre tão cordiais, combinado ao desgaste natural da convivência na pressão da zona de rebaixamento, tornaram o clima pesado no vestiário do Vasco. Na véspera da partida desta quarta-feira contra o Corinthians, Roth tentou aparar as arestas antes da partida que pode definir seu futuro na terceira passagem por São Januário. Sob observação de médicos e recomendações para repouso após procedimento cirúrgico na semana passada, Eurico também fez reunião com o grupo.
Na direção, ainda há esperança que a espécie de "tratamento de choque" - com gritos e xingamentos fartos - que Roth submete aos atletas não sucumba em mais uma derrota no Brasileiro. Pelo Vasco, foram cinco vitórias e quatro derrotas no comando - duas delas pela Copa do Brasil. No jogo desta noite, o treinador vai insistir no esquema com três volantes. Anderson Salles, Guiñazu e Serginho iniciam a partida. Dagoberto e Andrezinho devem começar no banco. Jhon Cley, Riascos e Herrera vão tentar se virar no ataque.
Fora as entrevistas coletivas após as partidas, Roth tem evitado a sala de imprensa do clube. Não falou na véspera do jogo contra o Corinthians, nem na última sexta-feira, antevéspera da partida contra o Palmeiras, em São Januário - como é de hábito no funcionamento vascaíno. O treinador também aumentou a dose de treinos fechados, com entrada liberada para a imprensa direto para as entrevistas coletivas.
As substituições no intervalo da derrota do último domingo e a barração de Martín Silva não pegaram nada bem internamente. No grupo já havia jogadores insatisfeitos e questionamentos da direção sobre procedimentos do treinador. Na conversa com os atletas, Roth tentou contornar o foco de insatisfação. Apesar da pequena oferta de treinadores no mercado - nomes de peso são inviáveis, como Muricy, parado para tratar da saúde, e Oswaldo de Oliveira, que não volta ao Vasco com Eurico Miranda -, a expectativa é pela resposta do jogadores às novas cartas de Roth. Em caso de derrota e a depender do desempenho do time, uma troca de técnico pode ser propícia para aproveitar os 10 dias livres até o confronto com o Joinville, no dia 9 de agosto.
Fonte: GloboEsporte.com