Isaías Tinoco foi anunciado como novo diretor de futebol do Cruzeiro. No futebol desde a década de 1970, ele é conhecido no Rio de Janeiro como braço direito do atual presidente do Vasco, Eurico Miranda. Atento à base, conseguiu fazer bons trabalhos no clube cruz-maltino e no Flamengo, valorizando os garotos formados em casa. Quando saiu do “ninho”, em uma passagem pelo Guarani, em 2013, ajudou a montar a equipe rebaixada à Série A2 do Campeonato Paulista.
Tinoco iniciou a carreira nas categorias de base do Flamengo, em 1977. No início da década de 1980, também trabalhou no departamento amador do Vasco. Nesse período, ajudou a formar grandes jogadores. Quem explica melhor é o repórter da Rádio Tupi do Rio, Wilson Pimentel. “Posso dizer que antes de fazer qualquer investimento ele vai buscar opções na base. Ele sempre olhou com atenção para as crias dos clubes. Participou da formação de vários jogadores da base”, conta.
No fim da década de 1990, virou homem de confiança de Eurico Miranda, no Vasco. À época, Eurico era vice-presidente de futebol, contando com a colaboração direta Tinoco. Juntos, trabalharam nos bastidores para conquistar o Campeonato Brasileiro de 1997 e a Copa Libertadores de 1998.
“Ele era o braço direito de Eurico. No Vasco, teve facilidade em trabalhar com medalhões, como Romário, Petkovic, Edmundo e Juninho, entre outros”, observou Pimentel. “É um dirigente acostumado a trabalhar com improvisos, já que o Vasco passou um bom tempo com dificuldades financeiras”, acrescentou.
Um dos fatos curiosos de sua passagem pelo clube da Colina ocorreu em 1997. Principal jogador do Vasco, Edmundo recebeu o terceiro cartão amarelo na primeira partida da decisão do Campeonato Brasileiro, diante do Palmeiras, e teria de cumprir suspensão no jogo da volta. No entanto, o atacante acabou expulso por, segundo a súmula, acusação de agressão ao zagueiro Cléber e ofensa ao árbitro Antônio Pereira da Silva. O STJD considerou, segundo matéria da Folha de S. Paulo, de 21 de dezembro de 1997, o "chute" em Cléber, na opinião do auditor Paulo Elísio de Souza, torcedor do Vasco, como um "passo de balé". Forçar o cartão vermelho foi uma orientação a Edmundo dada por Tinoco, que contava com absolvição no Tribunal.
“A estratégia adotada pelo advogado do Vasco, João Carlos Ferreira, foi admitir que havia uma orientação do supervisor do clube, Isaías Tinoco, para que o atacante forçasse a expulsão no primeiro jogo da decisão caso recebesse o terceiro cartão amarelo, o que o tiraria do segundo jogo”, destacou o jornal paulista na ocasião.
Isaías Tinoco voltou ao Flamengo para trabalhar com Zico e Vanderlei Luxemburgo na gestão de Patrícia Amorim, entre 2010 e 2012. Na Gávea, ele teve divergência com outros diretores e chegou a ser multado pela então presidente. Antes de assumir o departamento de futebol do Cruzeiro, estava na base do Vasco da Gama.
Decepção em Campinas
Com grandes dificuldades financeiras, o Guarani contratou Tinoco em janeiro de 2013. O dirigente enfrentou grandes problemas financeiros e montou uma equipe que foi rebaixada à Série A2 do Campeonato Paulista. Ele deixou o cargo em abril do mesmo ano.
“A passagem dele foi meteórica. Chegou para o Campeonato Paulista de 2013 e saiu logo depois do fim da competição. A passagem foi rápida por um conjunto de situações. O clube vive dificuldade financeira muito grande, e ele sabia disso. Assumiu o futebol e não conseguiu fazer um bom trabalho. Foi uma passagem negativa”, explicou o jornalista Oswaldo Luiz, da EPTV, de Campinas.
“Ele chegou cercado de expectativa, tinha experiência em grandes clubes, como Flamengo e Vasco, era o homem forte de futebol do clube. Enfrentou uma realidade difícil, com sérios problemas administrativos. Não conseguiu fazer um bom trabalho, e o Guarani caiu para a Série A2 do Campeonato Paulista”, completa.
Fonte: Superesportes