A saúde do presidente do Vasco, Eurico Miranda, de 71 anos, gera apreensão no clube, que vive má fase no futebol e ebulição nos bastidores.
Na próxima quinta-feira, o dirigente realizará uma endoscopia. O temor de uma ausência causada por uma licença médica prolongada é assunto nos corredores de São Januário, uma vez que o presidente — que se intitula o “maior reforço” vascaíno — é figura central no equilíbrio das forças políticas do clube.
— Está descartada a possibilidade de uma licença médica. Ele pode ficar sem ir a São Januário na quinta e na sexta-feira, mas não mais do que isso — tranquiliza o vice-presidente médico do Vasco, Egas Manoel Fonseca. — Ele passou por uma cirurgia em 2008 (quando se curou de um tumor na bexiga) e, por isso, recebe acompanhamento e realiza exames como este com frequência. Esta não é a primeira vez, já é a terceira ou quarta.
O semblante abatido, no entanto, chama a atenção de pessoas próximas ao dirigente. Nos discursos que realiza nas entrevistas coletivas, são constantes as pausas. Apesar disso, Eurico, há mais de quatro décadas na vida política do clube, continua frequentando São Januário com assiduidade.
Horta e Moreira
Eurico havia feito exames médicos há dez dias, em seguida à goleada de 4 a 0 sofrida para o São Paulo, o que reforçou a preocupação pela saúde do dirigente. No dia seguinte, seu filho Eurico Brandão, o Euriquinho, assessor especial da presidência, teve uma conversa privada com os jogadores, sem a presença de Celso Roth, o que não agradou o treinador.
— Da comissão técnica, de onde for, quem estiver desconfortável, é só pedir para sair — disse Euriquinho ao site Globo Esporte.
Responsável pela formação do elenco vascaíno na atual temporada, junto com o gerente de futebol Paulo Angioni, Euriquinho não tem boa relação com o segundo maior nome do grupo de apoio a Eurico Miranda: Fernando Horta. Presidente da Unidos da Tijuca, ele foi especulado durante o ano passado para concorrer à presidência. Apenas quatro meses antes da eleição, Horta anunciou seu apoio ao atual mandatário, fator considerado determinante para a vitória.
Cláusula por lado da torcida
Além de Horta, que é um dos vice-presidentes geral do Vasco (o outro é Silvio Godói), José Luis Moreira também tem forte influência no dia a dia do clube. Ele é vice-presidente de futebol e tem a seu favor, junto ao grupo de Eurico, o fato de sempre ter sido fiel ao dirigente. Ao contrário dele, Horta é visto como alguém de postura mais independente.
Enquanto os bastidores fervem, o time entra em campo, neste domingo, às 16h, contra o favorito Fluminense. O jogo foi precedido por duas derrotas de Eurico — que afirmou que não irá ao Maracanã. Uma foi a contratação de Ronaldinho pelo Flu; a outra, a disputa pelos setores de arquibancada. Ontem, foi revelado o teor de uma cláusula do contrato entre Fluminense e Maracanã S.A., datado de 10 de julho de 2013, sobre o lado da torcida tricolor. Nela, fica acertado que o tricolor usará o setor Sul (ao lado direito das tribunas) em clássicos cariocas, salvo determinação dos órgãos de segurança ou acordo entre clube e a concessionária do estádio.
Em campo, o Vasco tentará ampliar o retrospecto positivo contra o Fluminense, que não vence o confronto há nove partidas. Sem Guiñazú, suspenso, Roth deve manter Anderson Salles como volante.
Fonte: O Globo Online