Presidente do Vasco, Eurico Miranda diz que jogadores e funcionários do clube não podem ter opiniões diferentes da sua. Parte dos vascaínos, no entanto, não reza nesta cartilha e não comprou a ideia de boicotar o clássico deste domingo, contra o Fluminense. Até o fim da tarde de sexta-feira, cerca de dois mil ingressos para o setor vascaíno haviam sido vendidos, sem contar os torcedores que estarão nas áreas mistas, com cinco mil entradas comercializadas.
Pode parecer pouco, e ainda é para as dimensões e grandeza do Vasco, mas não é arriscado dizer que a quantidade de torcedores vai ser maior do que a da última partida do time no Rio. Na quarta-feira, em São Januário, apenas 2.689 torcedores se aventuraram a pagar ingressos para ver a equipe — vice-lanterna do Brasileiro — vencer o América-RN por 3 a 1, na Copa do Brasil.
No Rio, o melhor público na Série A deste ano foi contra o Avaí, no início do mês. Com preço promocional, foram 7.333 os pagantes, número de vascaínos possível de ser alcançado no domingo.
No total, até o fim da tarde de sexta-feira, 24 mil ingressos haviam sido vendidos, número que deve ultrapassar os 32 mil neste sábado. Devido à partida do Flamengo, às vendas na bilheteria do Maracanã acontecem no sábado das 10h às 14h. Domingo, será das 10h às 13h.
Se antes do jogo contra o Flamengo, Celso Roth criticou a realização do jogo na Arena Pantanal, dessa vez o técnico já alinhou seu discurso com a diretoria. Justificando sua resposta pelo fato de o Vasco viver um sistema presidencialista (“Se o presidente disse, está dito”), ele classificou a partida como “jogo de torcida única”, embora não seja.
— Outro clássicos pelo Brasil também são assim — ressaltou Roth. — Para nós, será mais um jogo fora de casa. Devem ter poucos torcedores do Vasco no Maracanã, mas vamos jogar para representá-los.
Protestos e provocações
No início da semana, o argentino Guiñazú — que, suspenso por cartões, não joga amanhã — também falou sobre o tema. Embora tenha sido cuidadoso para não contrariar a recomendação de Eurico, ele deixou clara sua posição.
— Clássico é lindo se você entra (em campo) e vê torcedores de cada time — opinou.
O fato de irem ao jogo não significa que os vascaínos aprovem a mudança de posicionamento da torcida no Maracanã. Como forma de protesto, grupos de torcedores se organizam para levarem faixas e camisas para provocar o rival. Do lado do Fluminense, um mosaico também está programado.
Fonte: O Globo Online