O falecimento do ex-atacante Ghiggia foi lamentado ídolos brasileiros, que enalteceram o talento do jogador responsável por calar as 200 mil pessoas presentes no Maracanã na final da Copa de 50. Por causa daquele gol, o estádio ganhou as cores azul e branca da seleção celeste.
O maior artilheiro do estádio, Zico, não chegou a ver o atacante em ação. Porém, seu pai estava lá. O trauma foi tanto que ele nunca mais voltou ao Maracanã, nem mesmo para ver o filho.
— Só vi aquela imagem história, daquele lance dele entrando pela direita e marcando o gol da vitória. Mas tive a oportunidade de conhecê-lo depois. Fomos homenageados em Monte Carlo, recebemos um troféu e deixamos a marca dos nossos pés na calçada da fama. Lembro a sensibilidade que ele teve ao dizer que se soubesse que faria um povo sofrer tanto não teria marcado o gol — disse o ex-jogador.
Jairzinho, o furacão da Copa de 70, também não recorda com detalhes do futebol de Ghiggia. No entanto, reconhece a grandeza do jogador que deixou sua marca no futebol mundial.
— O futebol mundial perde uma de suas grandes estrelas, um jogador incrível, de muita qualidade... Não é do meu tempo, eu tinha seis anos, mas ele era um jogador que apenas com a sua qualidade conseguiu calar 200 mil pessoas no Maracanã e fez um gol que deu o titulo. Ele escreveu uma história incrível no futebol. Perdemos uma das maiores estrelas mundias, um dos poucos que jogava um futebol alegre e ofensivo — afirmou.
'O MUNDO CHORA A PERDA DE GHIGGIA'
Através de redes sociais, os clubes onde Ghiggia jogou no Uruguai também reagiram com pesar à morte do carrasco brasileiro. O Danubio, onde o ponta-direita encerrou sua carreira em 1967, lembrou Ghiggia como "autor do gol de todos os tempos", em referência ao 'Maracanazo'. Já o Peñarol, primeiro clube de Ghiggia, postou que "o mundo chora" pela perda do ídolo uruguaio.
Diego Lugano, zagueiro uruguaio que atuou pelo São Paulo, agradeceu a Ghiggia por "regar o solo de glória", e disse que ele será lembrado por toda a eternidade. Já o meia Cristian 'Cebolla' Rodríguez, da seleção uruguaia, também prestou homenagem a Ghiggia, afirmando ser "um orgulho" vestir a camisa 7, mesmo número do carrasco da Copa de 1950.
No fim de semana, o Maracanã receberá dois grandes jogos: Flamengo x Grêmio e Fluminense x Vasco. A concessionária ainda não confirmou se fará algum tipo de homenagem antes das partidas. A empresa publicou mensagem de pêsames nas redes sociais.
"O Maracanã lamenta a perda de Ghiggia, autor do gol do título mundial do Uruguai em 1950, que morreu hoje, aos 88 anos, justamente no dia do aniversário de 65 anos da conquista celeste. Descanse em paz!”
A Confederação Brasileira de Futebol também se manifestou por meio do site oficial da entidade:
“A CBF presta sua solidariedade aos irmãos uruguaios pela morte de Alcides Edgardo Ghiggia, campeão mundial de 1950. Autor do gol do título do Uruguai na Copa do Mundo realizada no Brasil, Ghiggia se notabilizou pelo desempenho em campo e extremo respeito pela tristeza do povo brasileiro com a derrota em 50. Hoje, o futebol do mundo inteiro chora a sua partida. Descanse em paz.”
Twitter do Maracanã |
Site do jornal uruguaio El País |
Site da Fifa |
Twitter da Associação Uruguaia de Futebol |
Fonte: O Globo Online (texto), Twitter Maracanã (imagem), El País (imagem), Fifa (imagem), Twitter AUF (imagem)