Os gestos de reprovação à beira do gramado, a cada erro dos jogadores durante a partida, eram o indício. A confirmação veio com a entrevista coletiva. Em uma análise simples e dura, Celso Roth reconheceu a má atuação do Vasco na derrota para a Chapecoense por 1 a 0, nesta gelada noite de sábado, no oeste catarinense, a primeira em sua incipiente gestão. O resultado, porém, mostrou pontos positivos, como as boas entradas de Lucas e Thalles, uma mostra de que a irregularidade acompanhará o Cruz-Maltino no Brasileirão.
A derrota freou a recuperação iniciada por Roth. Após as vistorias sobre Flamengo e Avaí, havia a expectativa de deixar a zona de rebaixamento. Era preciso ganhar. Perdeu. E, pela sétima rodada consecutiva, ficará no Z-4: é o 18º colocado, com nove pontos.
- Primeiro tempo foi todo deles. Não jogamos bem, fomos muito mal, por sinal. Aquilo que planejamos não aconteceu. Fomos pressionados e tivemos a sorte de não levar o gol. No intervalo, mudamos a maneira de jogar. Colocamos o Jhon, e o Riascos ficou por dentro. Não deu efeito pois o Christianno foi expulso com um minuto. Aí, o planejamento não funcionou. Montamos o time, sem o Gilberto, com duas linhas de quatro. Passamos a nos defender melhor do que quando tínhamos 11. O plano não era se defender no segundo tempo. Depois, com a segunda expulsão, ficou evidente que, às vezes, não usamos a força que temos. Acuamos eles e, por detalhe, não empatamos. Essa foi a história do jogo. É na derrota que a gente enxerga algumas coisas. Thalles entrou bem, Lucas também - avaliou Roth, para completar:
- A vitória encobre eventuais deficiências. A derrota mostra as deficiências. Temos de ter mais solidez, mais consciência. No primeiro tempo, alguns momentos de lucidez. Mas nos entregamos. Ficamos fora de controle. A Chapecoense não fez o gol por acaso. Depois, no segundo, pelas expulsões, não conseguimos. É o momento de avaliar e ver até onde vai a capacidade do grupo.
Roth evitou dar juízo de valor sobre as expulsões de Christianno e Jhon Cley. Porém, admitiu que ambas atrapalharam os planos vascaínos:
- Não há injusta. A expulsão é um fato. São três em três jogos, e isso não é bom. É complicado já 11 contra 11. A do Rafael (Silva, contra o Avaí) foi fora do contexto. Aqui, não. O primeiro cartão do Jhon foi injusto. Foi falta nele. A reclamação ocorre pois não houve a falta. É complicado. A gente arca com as consequências, especialmente o resultado. Temos de ter mais controle, a arbitragem está rigorosa. Mas não passa pelo resultado. Jogamos mal, temos de melhorar.
O domingo será de retorno ao Rio. O Vasco volta a trabalhar na tarde de segunda-feira, em São Januário. Quando começará a se preparar para enfrentar o São Paulo, quarta-feira, em Brasília. Sem Christianno e Jhon Cley, ambos suspensos.
A íntegra da coletiva:
Trabalho
Os reforços estão aí. A direção se esforça. A sequência do trabalho é que vai determinar. É na derrota que se conhece a reação de cada um. Aqui é difícil, jogo de primeira e segunda bola. Alertamos, mas não deu certo. Perdemos, um resultado que, com todo o respeito ao adversário, a gente não contava.
Até onde o Vasco pode chegar?
É pouco tempo, dez dias de trabalho. Mas temos amostras. Tenho de tirar o que tenho de melhor.
Reforços
André e Herrera estão regularizados. O André está melhor fisicamente. Herrera tem a condição física, o que me preocupa. Ele veio com números e situações preocupantes. Todo o jogador de qualidade é bem-vindo. O grupo mostrou que tem qualidade. Só não podemos cometer os erros que não tínhamos cometidos nas rodadas anteriores.
Fonte: GloboEsporte.com