O dedo bobo do chileno Jara, no traseiro do uruguaio Cavani, apontou para o passado. Se não enriqueceu a ponto de deixar a Vila Kennedy, o ex-volante Nelson, hoje com 42 anos, ganhou fama nacional porque, em 1995, jogando pelo Vasco, apalpou o órgão genital de um adversário caído, Luis Fernando, do Cruzeiro. O time cruz-maltino venceu por 3 a 2 e, a partir daquele dia, Nelson virou Nelson Patola.
- Quando o joelho dele bateu no meu, tive vontade de dar um soco nele. Aí, pensei: "esse cara vai ter que sentir dor". Apertei lá, ele berrou (risos). Até hoje, onde eu passo, o pessoal grita: "Fala, Patola". Apesar de ter sido suspenso por quatro jogos, foi um fato positivo na minha carreira, porque cresci como jogador. Na cabeça das pessoas ficou a imagem de alguém que tinha garra - lembra Nelson.
Aposentado, o ex-volante não conseguiu se manter no mundo do futebol. Revende cestas básicas e, com o mesmo bom humor dos tempos de jogador, enxerga o lado bom da distância dos gramados:
- Graças a Deus, eu parei. Só assim, ninguém faz em mim o que fiz no Luis Fernando. Nunca fizeram!
Renato Gaúcho também pode erguer as mãos para o céu pela aposentadoria. Símbolo de virilidade no passado, o galanteador não escapou das mãos e dedos dos adversários nos tempos de jogador.
- Isso acontecia muito quando eu enfrentava times argentinos na Libertadores. Antigamente, não havia tantas câmeras. Os caras passavam a mão de malandragem, esperando que eu revidasse. Era difícil ter sangue frio - relata o ex-atacante.
Ex-jogador de Flamengo e Fluminense, entre outros clubes, Roger Flores, hoje comentarista, passou a carreira oscilando entre o sangue frio de Renato e a raiva de Cavani.
- A gente que jogou sabe que isso acontece. E muito. Isso é pior que tomar um tapa, um soco, uma cuspida. Já sofri, várias vezes. Já reagi agredindo, brincando: "Pô, vai devagar, dedo grosso" (risos). Mas tinha momento em que explodia como explodiu o Cavani. Se está mais tranquilo, você até brinca e sacaneia o outro cara. O estado emocional decide o que vai acontecer naquele segundo. É uma reação automática – disse o ex-jogador, durante o "Seleção SporTV".
Fonte: Extra Online