No próximo sábado, o ex-atacante Everton Costa conclui o curso para treinadores de futebol no Rio Grande do Sul. O diploma abre as portas para um sonho, que se materializa meses depois do momento de maior tristeza da sua vida, quando descobriu que não podia mais jogar futebol profissional – pelos riscos de arritmia no coração, diagnosticados em maio do ano passado atuando pelo Vasco.
A esperança e a força de vontade de seguir no do futebol, porém, não apagam a mágoa do sentimento de abandono após 13 anos de carreira profissional. Everton Costa ainda tem salário, direitos de imagem e outras verbas trabalhistas a receber dos seus três últimos clubes – Vasco, Coritiba e Santos.
Aos 29 anos, o ex-jogador deu entrada no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e passou a receber neste mês de junho o auxílio-doença. O benefício da Previdência Social tem piso de cerca de R$ 5 mil e deve durar enquanto o jogador não conseguir novo emprego. Em Porto Alegre, o empresário Jorge Machado, que o representou durante toda a carreira, ofereceu emprego no seu escritório, mas Everton luta para iniciar trajetória fora de campo, como auxiliar e depois treinador de futebol. Para isso, ele e a mulher Neiva colocaram à venda por R$ 480 mil a casa onde vivem em Charqueadas, município que fica a 50 km de Porto Alegre. Apaixonados pelo Rio - herança da passagem pelo Vasco -, Everton quer se mudar para a Cidade Maravilhosa e vai levar os novos objetivos de vida na bagagem.
Sem seguro e salários desde fevereiro
Apesar da orientação de pessoas próximas de entrar na Justiça, o jogador ainda tenta resolver a questão com diálogo com os ex-clubes. Há uma semana, ele esteve no Rio na para seminário organizado por Paulo Angioni, gerente de futebol do Vasco. O dirigente vascaíno informou que o clube vai cuidar do seu caso e cumprir com suas obrigações para quitar a dívida com o ex-atleta.
Os casos do Coritiba e Santos são distintos. No Coxa, ele não recebe salários desde que foi obrigado a parar de jogar, em fevereiro. Everton tenta contato com a diretoria paranaense, mas ainda não tem previsão de receber o restante de seus vencimentos - o vínculo com o clube vai até dezembro deste ano - nem o seguro previsto no contrato de trabalho com o clube.
Na Vila Belmiro, Everton ganhou ação judicial de cobrança de salários e direitos de imagem - no valor de R$ 350 mil - ainda da sua passagem curta pelo clube no ano de 2013. O Peixe recorreu e o caso segue em discussão no judiciário na Baixada Santista.
Neiva, esposa do jogador, desabafou nas redes sociais e reclamou, sem citar nomes, de omissão, negligência e descaso: "(Everton está se mostrando mais forte do que eu mesma imaginei que ele fosse. Recomeçando e metendo o pé no medo, do presente e do futuro! Aos que pensam que timidez e humildade são obstáculos, não são. Deus capacitou um guri magrelo que jogava num campo de terra vermelha a ser atleta profissional em grandes clubes. Esse mesmo Deus está capacitando o ex-jogador a ser um treinador", escreveu Neiva.
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Desabafo da mulher de Everton Costa nas redes sociais: mágoa com ex-clubes e descaso de dirigentes |
Fonte: GloboEsporte.com