Envolto em conversas para retornar ao futebol brasileiro e vestir a camisa do Vasco, Ronaldinho Gaúcho já tem data para o novo confronto com o rival Flamengo. Não se trata, no entanto, do clássico das duas equipes no próximo domingo, na Arena Pantanal, mas no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, no dia 3 de julho, já na próxima semana. Um embate sobre cifras de R$ 55 milhões com direito a participação importante do agora ex-técnico do Flamengo, Vanderlei Luxemburgo.
O craque saiu do clube em junho de 2012 por conta de cinco meses de salários atrasados e deixou para trás, além da ira da torcida, um processo que cobra cerca de R$ 40 milhões na área trabalhista e outros R$ 15 milhões por danos morais. A última movimentação da briga judicial, no entanto, deixou o clube mais esperançoso de não ter enorme prejuízo. Assim que a atual gestão, de Eduardo Bandeira de Mello, assumiu a administração do clube houve um pedido de perícia para analisar os prejuízos causados por cada parte. O laudo, que corre em segredo de Justiça, foi concluído no fim de abril.
Embora evitem comentar o assunto oficialmente, os rubro-negros garantem que a perícia foi favorável, uma vez que constatou que Ronaldinho causou danos à imagem do clube com faltas e atrasos a treinos, comportamento incompatível com a imagem de um atleta e até mesmo o vídeo de uma escapada do jogador durante a pré-temporada do clube em Londrina, no Paraná, no início de 2012. O episódio causou o embate definitivo entre Ronaldinho e o então técnico Vanderlei Luxemburgo, que agora se tornou testemunha importante no processo.
Na audiência do dia 3 de julho, o técnico será intimado a depor sobre o caso na 9ª Vara do Trabalho. Como agora mora em Belo Horizonte, onde trabalha no Cruzeiro, Luxemburgo poderá depor na capital mineira, o que atrasaria o processo em alguns meses. A outra opção seria um depoimento por meio de uma carta precatória. Caso as partes não cheguem a um acordo na nova audiência, o processo caminhará para a conclusão, com as testemunhas ouvidas e uma definição judicial. Caberá, no entanto, recurso.
Ronaldinho e Flamengo firmaram contrato de quatro anos no início de 2011. O jogador receberia R$ 1,2 milhão de salários, com 75% do valor bancado pela Traffic. No segundo semestre de 2011, no entanto, a empresa de marketing esportivo parou de pagar sua parte ao atleta, alegando que havia apenas um memorando de intenções, e não um contrato, assinado sobre o acordo. Insatisfeito após cinco meses sem a maior parte do salário, Ronaldinho acionou o Justiça e cobrou o Flamengo, fiador caso a empresa deixasse o negócio. Após a perícia judicial, o clube acredita que não será obrigado a pagar o valor milionário de R$ 55 milhões pedido pelo atleta.
Fonte: ESPN.com.br