Aquele Giba do sorriso fácil e do estilo brincalhão perdeu espaço para Gilberto, um atacante visivelmente afetado pela falta de gols. A cobrança pesa sobre os ombros, deixa o semblante fechado e faz com que ele perca a cabeça mais facilmente. Depois de semana tumultuada pela briga com Jordi, na última terça-feira, o camisa 9 do Vasco enfrenta o Sport, neste sábado, às 19h30, na Arena Pernambuco, para retomar a alegria perdida.
São sete partidas sem marcar e é difícil para Gilberto não trazer para si boa parte da responsabilidade pela crise vivida em São Januário. Afinal, seu último gol coincide com a última vitória do Vasco na temporada, sobre o Botafogo, na decisão do Estadual. Sabatinado ao fim de cada derrota, o atacante mostra a mesma sinceridade da primeira coletiva e admite: não está bem.
A queda de rendimento trouxe uma alteração dos ânimos. Brincalhão, considerado um dos jogadores mais carismáticos do elenco, Gilberto perdeu a cabeça com Jordi. A briga, iniciada por uma entrada mais dura em um treinamento, algo comum na rotina dos jogadores, se transformou em cobranças, troca de xingamentos, vias de fato. Se não fosse pela turma do “deixa disso”, alguém poderia ter se machucado.
Aos 26 anos, Gilberto oscila em um momento crucial da carreira. Depois do bom começo de temporada, o atacante se viu novamente em evidência, como se retomasse o caminho promissor de quando foi contratado pelo Internacional, em 2011. Chegou a ser sondado por outros clubes do Brasil e o Vasco demonstrou interesse na renovação do empréstimo - ele pertence ao Toronto, do Canadá. Com a fase ruim, pode colocar tudo a perder.
Contra o Sport hoje, a perspectiva de dificuldade para o Vasco é tão grande que mesmo que Gilberto siga na seca, se a defesa voltar a funcionar como no começo do ano, o cenário já estará de bom tamanho. O Vasco sofreu 11 gols nas últimas quatro partidas na Série A. Para o zagueiro Rodrigo, um dos poucos que têm se salvado das péssimas atuações, chegou a hora de fechar a porteira.
- Você não tem noção de como a má fase do setor defensivo me deixa triste e chateado ao mesmo tempo. É um setor pelo qual sou responsável dentro da equipe. Até jogamos bem, mas a vitória não vem e o número de gols que estamos tomando... Isso nos incomoda, incomoda os torcedores. Vai se formando uma bola de neve que uma hora fica insustentável - alertou o xerife.
Fonte: Extra Online