Vasco tem média de um técnico a cada 6 meses com Eurico presidente

Quarta-feira, 17/06/2015 - 19:28
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Eurico Miranda posa soberano em São Januário, onde controla cada passo do reino vascaíno. Recentemente, ele se autoproclamou o Rei Sol, adjetivo utilizado pelo rei absolutista Luís XIV, que comandou a França por mais de sete décadas entre os séculos 17 e 18. Na Colina, o pode está todo nele. Inclusive o de demitir técnicos. Apesar de o número de demissões não ser tão grande, o Vasco tem um técnico a cada 5,7 meses com "Rei Sol" Eurico no poder. Foram 17 técnicos em oito anos de mandato, com as duas passagens pelo cargo, até hoje, com Doriva.

Embora tivesse muita influência no clube há anos, Eurico só assumiu, de fato, o comando pela primeira vez em 2001, quando foi eleito presidente. Joel Santana, campeão em 2000, iniciou a temporada. Mas pediu demissão após maus resultados. Hélio dos Anjos assumiu a vaga e durou dois meses: pediu demissão por salários atrasados e voltou para o Goiás. PC Gusmão fechou a temporada no comando e iniciaria 2002. Mas preferiu pedir demissão antes do início dos campeonatos para ser auxiliar de Luxemburgo no Palmeiras.

Em 2005, no entanto, os maus resultados continuaram. E Joel acabou obrigado a entregar o cargo diante da pressão sofrida após o time ser eliminado na Copa do Brasil para o Baraúnas, em casa. Dário Lourenço, finalista do Carioca como Volta Redonda no mesmo ano, assumiu o cargo. Mas bateu de frente com Romário, o time caiu na tabela e Dário, também. O técnico, no entanto, garantiu ter pedido demissão.Mauro Galvão, ex-zagueiro, foi a bola da vez. Até conseguiu permanecer até o fim do ano, mas em dezembro seu substituto para a temporada seguinte foi anunciado: Geninho. O novo técnico ganhou suporte, foi finalista do Carioca, mas decidiu sair, em consenso com a diretoria, após ser goleado por 5 a 2 em casa para o Palmeiras. Voltou, então, Joel Santana, o comando do time. O Vasco se livrou do rebaixamento. Eurico respirou aliviado.

Chegou, então, Evaristo de Macedo para a corte do Rei Sol. Foram sete meses e um pedido de demissão por salários atrasados e falta de reforços. Eurico, então, recorreu a um velho amigo: Antônio Lopes. De volta ao Vasco após o período vitorioso no fim da década de 90, Lopes deixou a CBF, onde era coordenador técnico, fechou 2002 no comando e abriu 2003 como campeão carioca. Mas entregou o cargo em julho com a má fase.

Chegara a vez do décimo técnico da gestão de Eurico no Vasco. Renato Gaúcho, desta vez, durou. Nem mesmo uma goleada de 7 a 2 sofrida diante do Atlético-PR, na Arena da Baixada, foi suficiente para derrubá-lo. O desgaste com o tempo e a falta de conquistas, no entanto, levaram Renato a ser demitido por Eurico Miranda em abril de 2007. Celso Roth, o 11º técnico de Eurico, assumiu. À essa altura, o reinado de Eurico era, na verdade, um mandato tampão, já que o pleito de 2006, considerado fraudulento, estava na Justiça.

Roth foi demitido em outubro, após um bom início de Brasileiro, mas diante da queda de resultados com um elenco limitado. Romário, então, assumiu por um jogo, contra o América-MEX, na Copa Sul-Americana. Foi técnico e jogou a partida vencida por 1 a 0 pelo time vascaíno. No dia seguinte, Valdir Espinosa assumiu o Vasco. Ficou apenas 66 dias e seis jogos. Acabou dispensado.

Nos últimos seis meses de Eurico na extensão tampão de seu segundo mandato, em 2008, foram três técnicos. Romário iniciou o ano no comando, mas saiu por divergências com o próprio presidente, devido a interferências na escalação de Alan Kardec. Alfredo Sampaio, auxiliar do Baixinho, foi efetivado. Durou pouco mais de um mês e deixou o clube após se desentender com o astro do time, Edmundo.

Antônio Lopes, então, foi chamado a voltar, de novo. Ficou à frente do Vasco mesmo após a saída de Eurico, em julho, derrotado por Roberto Dinamite na nova eleição estipulada pela Justiça. Lopes acabou demitido em agosto, mas já por Dinamite. Nos seis meses do retorno de Eurico, Doriva é o técnico escolhido. Levantou a taça do Carioca após 12 anos, mas o momento é de pressão. E cuidado. Afinal, são 17 técnicos em oito anos de poder. A corte do Rei Sol de São Januário tem sido bem movimentada.

Fonte: ESPN.com.br