Vice-lanterna, com quatro derrotas em sete jogos, debaixo de protestos da torcida e cheio de contratações que não decolam na volta do Vasco para a Série A do Campeonato Brasileiro. O filme é parecido, e o roteiro se encaixaria perfeitamente na atual campanha vascaína nas sete primeiras rodadas na competição nacional. Mas o cenário é de 2010, no início preocupante do Vasco na elite do futebol brasileiro naquele ano. A campanha não era tão ruim quanto a de hoje - à época, o time vencera ao menos uma e tinha cinco pontos. Hoje, são apenas três pontos e dois gols marcados em sete jogos.
Cinco anos e duas eleições depois separam as duas situações na Colina. Mas a desconfiança da torcida é praticamente a mesma. Os protestos em 2010 começaram mais cedo. Na segunda rodada, com Gaúcho no comando técnico e sem um título carioca para dar respaldo, organizadas levaram faixas cobrando reforços e uma mudança de treinador, o que aconteceria após empate com o Palmeiras por 0 a 0 em São Januário.
Vencedor da Série B de 2009, o Vasco, na gestão Dinamite, foi para a disputa da Série A com poucos nomes de expressão: um deles, o atacante Dodô, que não terminou a temporada em São Januário; outro era Rafael Carioca, hoje no Atlético-MG. Mas a maioria das chegadas veio com perfil de aposta. Exemplo de Rafael Coelho, artilheiro da Segundona do ano anterior.
Em 19º lugar, o Vasco aproveitou a paralisação da Copa do Mundo para ir às compras e voltar mais fortalecido. Mas ainda teve um baque: substituto de Gaúcho, Celso Roth deixou o Vasco menos de um mês depois de assumir o time - em direção ao Internacional. A diretoria contratou PC Gusmão. A diferença, porém, veio dentro de campo, com as chegadas do antigo ídolo Felipe, que retornou depois de anos no mundo árabe, de Eder Luis, que começaria na reserva e viria junto de Fellipe Bastos por empréstimo, e de Zé Roberto, experiente atacante campeão brasileiro pelo Flamengo no ano anterior.
Eder Luis...de novo
Doze jogos depois, no fim do primeiro turno, o time estava em sétimo lugar, depois de seis vitórias e seis empates - e só perderia o próximo jogo para o Internacional na 23ª rodada. Se não disputou o título, o time acabou o Brasileiro sem ameaças de rebaixamento em 11º lugar - e os reforços fizeram diferença. Eder terminou como goleador, e Zé Roberto como vice-artilheiro do Vasco na competição - nove e cinco gols, respectivamente.
O cenário agora é parecido, mas o problema é onde e quem contratar. Coincidentemente, o Vasco conta com Eder Luis novamente para melhorar o time. O atacante deve estar perto de reestrear na 9ª rodada contra o Flamengo. Para o Brasileiro, até agora, foram apenas quatro jogadores contratados: Julio César, Diguinho, Jackson Caucaia e Riascos.
Em São Januário, segundo palavras do gerente de futebol Paulo Angioni, a diretoria segue agressiva na procura por reforços e na observação do mercado. Nomes são especulados, outros tantos são oferecidos, mas ainda não há previsão de mais contratações. Não estão descartadas novas investidas no mercado sul-americano. As experiências mal-sucedidas recentes - uma delas em 2010 mesmo, com o lateral paraguaio Irrazábal, e mais recentemente com Montoya - inibem, mas a percepção é de que os países vizinhos são mais baratos do que os cenários brasileiro e europeu.
Fonte: GloboEsporte.com