Não há nada ruim que não possa piorar. Afundado na crise, penúltimo colocado no Brasileirão, com quatro derrotas consecutivas nas costas e com o treinador sob pressão, o Vasco está na mira do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O árbitro Leandro Vuaden relatou na súmula da partida contra o Cruzeiro que torcedores atiraram um artefato explosivo no gramado de São Januário e a Procuradoria vai se reunir nesta segunda-feira para pedir uma punição severa.
“A partir desta segunda-feira vamos nos reunir para avaliar o que pode ser feito. O que ocorreu é grave e será assunto prioritário para o STJD”, disse o procurador Paulo Schmidt.
Na ocasião, na saída dos jogadores do gramado, um explosivo foi atirado, vindo da direção da torcida do Vasco, que protestava após a derrota por 3 a 1. O artefato explodiu próximo aos jornalistas, policiais e até mesmo de jogadores, como o goleiro do Cruzeiro, Fábio. Nenhum suspeito foi identificado pelo Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe).
De acordo com o artigo 213 (deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir), inciso III, parágrafo primeiro, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), o Vasco, além de multa que varia de R$ 100 a R$ 100 mil, se punido, poderá perder de um a dez mandos de campo. Enquanto a Procuradoria do STJD não oficializa a denúncia, o risco de ficar sem São Januário em um momento complicado para o time fez Doriva lamentar o episódio.
“O torcedor veio e cantou. Jogaram a bomba, mas não podemos atribuir à torcida. Foi um indivíduo que deve ter ficado nervoso ou até mesmo já veio para o estádio com essa intenção. Espero que não sejamos punidos, pois precisaremos da nossa casa, do apoio do verdadeiro vascaíno. Sei que eles podem nos empurrar para sairmos dessa juntos”, ressaltou o treinador.
Doriva, por sua vez, por pouco não deixou o comando do Vasco. Há nove jogos sem vencer - sete pelo Brasileirão e dois pela Copa do Brasil -, ele chegou a pensar em entregar o cargo após o jogo contra o Cruzeiro. Entretanto, foi convencido a ficar por membros da diretoria, da comissão técnica e até mesmo por alguns jogadores.
Fonte: O Dia (texto), Reprodução Internet (foto)