O reencontro entre Atlético-PR e Vasco, após as cenas de pancadaria que chocaram o mundo em 2013, deixaram as autoridades paranaenses em alerta, mas com um esquema de segurança eficaz e com um isolamento dos torcedores cruzmaltinos bem executado, o duelo entre as equipes acabou sendo marcado pela paz na noite deste sábado.
Antes da partida, a polícia civil do estado já havia entrado em contato com a "Força Jovem", organizada vascaína que está suspensa pelo Ministério Público, alertando que eles seriam impedidos de entrar em Curitiba caso tivessem o desejo de assistir ao jogo. A determinação foi cumprida pela torcida e os torcedores do clube carioca que compareceram à Arena da Baixada não pertenciam a nenhuma facção.
Mesmo com um policiamento reforçado, muitos cruzmaltinos, temendo represálias, estiveram no estádio à paisana, sem camisas ou adereços que fizessem referência ao Vasco.
Dentro da Arena, os vascaínos tiveram o setor dos visitantes com um duplo cordão de isolamento de ambos os lados, compostos tanto por policiais militares quanto por seguranças particulares. Além disso, uma boa distância foi dada em relação aos atleticanos. Em Joinville, no episódio da barbárie, apenas uma corda com cinco agentes contratados separavam as torcidas, algo que foi insuficiente para impedir a pancadaria.
Em campo, porém, houve quem demonstrasse mágoa com o Furacão, mas por questões individuais. Trata-se do técnico vascaíno Doriva, que teve uma curta passagem de apenas oito jogos pelo clube ano passado.
"Prefiro nem falar sobre isso, faz parte do passado. Fiz amigos, mas é um clube difícil de se trabalhar. Não sabemos de onde saem as opiniões, as interferências. Quem chega de fora precisa ter o respaldo que estou tendo no Vasco. Os resultados não foram ruins, mas a saída foi precoce e imatura. Faz parte", disse.
Entenda o caso
No dia 8 de dezembro de 2013, Atlético-PR e Vasco se enfrentavam pela última rodada do Campeonato Brasileiro. O Furacão lutava por uma vaga na Libertadores, já o Cruzmaltino buscava se livrar do rebaixamento. Mandantes, os paranaenses levaram o jogo para Joinville (SC) - já que a Arena da Baixada estava em reforma e eles foram proibidos de jogar na Vila Capanema, por uma briga de torcedores. As autoridades catarinenses sugeriram que a partida fosse realizada sem a presença de policiais militares dentro do estádio, somente com seguranças particulares, algo que foi acatado pelos rubro-negros.
Aos 17 minutos do primeiro tempo, uma pancadaria generalizada passou a ocorrer na arquibancada, após invasão de torcedores em áreas de rivais. Barras de ferro, pedaços de pau e bombas foram utilizados, deixando um incontável número de feridos.
O duelo ficou paralisado por cerca de uma hora e, após o controle de todo o caos, ele foi reiniciado com o Atlético-PR goleando o Vasco por 5 a 1, garantindo sua vaga no torneio sul-americano e colocando o adversário na Série B.
Fonte: UOL