Vasco tem 2ª pior média de público do Brasileiro e pode reduzir preços dos ingressos

Entre as maiores torcidas do país, segundo institutos de pesquisa, a torcida do Vasco deu mostras do seu poder de mobilização no fim do ano passado na Série B e no título do Carioca deste ano. Lotou o Maracanã na reta final da Segundona e esgotou em tempo recorde as entradas para a final contra o Botafogo - terceiro maior público do ano com quase 60 mil pessoas no estádio. Porém, o aumento de até 140% nos preços para os jogos em São Januário e o mau início no Brasileiro provocaram diminuição de quase 30% do público pagante em seu estádio. Na derrota para a Ponte Preta, apenas 2.449 pessoas pagaram para entrar no estádio na quarta-feira à noite.

A diretoria não vê no aumento de ingressos o principal fator de diminuição do público, mas já admite rever a política de valores. O vice-presidente de marketing, Marco Antônio Monteiro, lembra que, na reta final do estadual, foram quatro fins de semana seguidos de jogos decisivos - com preço mínimo de R$ 60.

- É preciso analisar. Em uma primeira avaliação, a queda tem menos relação com o preço. Afinal, grande parte da venda de arquibancada é de meia-entrada (a R$ 30). Na social, o sócio do Vasco paga só R$ 30. No início do campeonato houve uma ressaca da conquista estadual, jogamos quatro domingos seguidos no Maracanã. E temos uma campanha irregular no Brasileiro neste inicio. Ou seja, é o conjunto de fatores. Mas estamos avaliando. Se fosse um fator só (para explicar a queda de público), seria fácil de resolver - disse o vice-presidente do Vasco.

De acordo com levantamento da página de público do GloboEsporte.com, o Vasco tem a segunda pior média de público pagante em seus domínios. São apenas 4.532 vascaínos por partida - abaixo dessa média apenas o Goiás, com 3.850 pagantes. A Ponte Preta, cumprindo pena para jogar de portões fechados, não entra nessa conta. O líder é o Palmeiras, com mais de 30 mil pessoas por partida - quase oito vezes a média registrada em jogos do Vasco.

A baixa média de público pagante do Vasco no Brasileiro representa queda significativa em relação ao registrado no Campeonato Carioca. Na campanha do título estadual, em oito jogos, o Vasco teve total de 49.672 pagantes ao seu estádio - o maior público pagante foi registrado contra o Bangu (12.160) e a média no estadual foi de 6.209. Isto significa que no Brasileiro a queda de público até agora é de 27%.

Oposição critica Eurico: "Incoerência total"

No Carioca, o presidente do Vasco Eurico Miranda levou a proposta de preços mais baixos e defendeu que a medida poderia aumentar o público nos estádios. Para o Brasileiro, a diretoria reviu os preços. A cadeira social que no Carioca custava R$ 50 passou R$ 120. Nos ingressos de arquibancada o reajuste foi um pouco menor: de R$ 30 para R$ 60.

O departamento de marketing e de finanças calculam preço mínimo para jogos em São Januário de R$ 40 (inteira) e R$ 80 para quem não é sócio do clube. Ainda não há, no entanto, previsão e nem certeza de que esses valores serão revistos. O ingresso no valor inteiro de R$ 40 é o mínimo indicado no regulamento para o Brasileiro da CBF.

Em nota divulgada antes do jogo desta quarta-feira, a Cruzada Vascaína, que ocupa maioria das cadeiras da oposição no Conselho Deliberativo do clube, chamou a decisão de aumentar o preço de ingressos de incoerência de Eurico, que no Carioca defendia o gesto como medida contra elitização do futebol, principalmente pelo posicionamento da dupla Fla-Flu, aliada ao Consórcio Maracanã.

- (A luta por ingressos mais baratos) foi uma preocupação de fato com a nossa torcida ou somente mais uma estratégia política para com os adversários? - questionou a Cruzada, que considerou eventual da defesa da diretoria no sentido de que a arquibancada pode sair por R$ 30 e para sócios em qualquer lugar do estádio fica R$ 30 também.

- O clube, como desculpa, pode alegar que o sócio paga R$ 30 em qualquer lugar do estádio, inclusive na social, e pode, também, alegar ser uma estratégia para convencer o torcedor a se tornar sócio, já que, nessa condição, passaria a pagar 1/4 do preço. Por outro lado, como irão fazer aqueles torcedores que por motivos financeiros não conseguem manter uma mensalidade de sócio? E aqueles que foram defendidos no Campeonato Carioca? E as famílias de vascaínos?

A nota da oposição registra os prejuízos recentes em jogos da Copa do Brasil e o lucro baixo em partidas no Brasileiro - contra o Internacional, por exemplo, o borderô apontava apenas R$ 680 para os cofres do clube - e também cobra da diretoria promoções e benefícios para atrair público para os jogos do Vasco, além da implantação de um novo programa de sócios.

Fonte: GloboEsporte.com