Gol sofrido com menos de um minuto de bola rolando, pênalti perdido, dois jogadores expulsos e derrota por 3 a 0 em casa. A noite desta quarta-feira foi terrível para o Vasco. Mas o técnico Doriva não fugiu da responsabilidade após o revés diante da Ponte Preta pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro (confira os melhores momentos no vídeo abaixo). Ainda sem vitórias na competição e dentro da zona do rebaixamento, o treinador viu a torcida vaiar sua equipe e até gritar ''olé'' em meio à troca de passes do adversário. Segundo o comandante cruz-maltino, a atuação foi lamentável e não há desculpas que justifiquem o resultado.
- O resultado foi péssimo. Não há desculpas. Sabemos que as circunstâncias do jogo não foram favoráveis, ainda assim, não fizemos grande jogo. Poderíamos ter mudado o jogo no pênalti, mas, infelizmente, desperdiçamos. Logo na sequência, perdemos um atleta expulso. A Ponte é uma equipe bem certinha, trabalha bem a bola, conseguiu nos envolver. Sabemos que é muito difícil você reagir com homem a menos. Tentamos enquanto tivemos força, criamos ocasiões no inicio do segundo tempo, mas depois com o desgaste, a Ponte bem postada chegou ao terceiro gol. Foi lamentável, mas temos que assumir as nossas responsabilidades. A equipe não jogou bem, não conseguimos criar as chances e fazer os gols. Temos que buscar forças, recuperar os atletas e prosseguir. A competição é difícil, não estamos felizes com o nosso retrospecto - frisou.
Diego Oliveira, Tiago Alves e Borges marcaram para a Macaca. Além de um pênalti perdido, Gilberto foi expulso por reclamação ao árbitro Heber Roberto Lopes. Jordi, o substituto de Martín Silva, também levou vermelho por falta em Felipe Azevedo. Apesar do momento irregular, Doriva voltou a dizer que se sente seguro no cargo.
- Ainda não conseguimos vencer, mas estou tranquilo. Estou fazendo meu trabalho da melhor maneira possível, com gana de triunfar nesse campeonato.
A tentativa de recuperação vascaína será no próximo sábado, em Curitiba, às 22h (de Brasília), diante do Atlético-PR, o líder da competição.
Confira a entrevista coletiva do treinador:
Pressionado?
Estou tranquilo, ainda não falei com ninguém da diretoria. Estou fazendo o meu trabalho. Hoje as coisas não aconteceram, foi lamentável. Sabemos que o torcedor quer que a equipe faça gols, que crie chances, que vença. Temos que buscar alternativas para satisfazer os torcedores. Queremos as vitórias até mais do que eles. O campeonato é longo, mas não podemos demorar a reagir e ficar para trás.
Conversa no intervalo
Foi um papo normal de correção, de encorajamento, de chamar atenção de quem precisa. Lógico que as circunstâncias eram desfavoráveis. Fiz as duas alterações para tentar solucionar os nossos problemas. Sabíamos que seria difícil reverter. Não conseguimos ter forças para buscar o empate.
Se sente seguro?
Me sinto seguro no cargo. Temos que buscar alternativas no nosso elenco. Ainda não conseguimos vencer, mas estou tranquilo. Estou fazendo meu trabalho da melhor maneira possível, com gana de triunfar nesse campeonato. A sequência vai me dizer isso.
Time te dá segurança?
Sabemos que os resultados não estão vindo. Me sinto seguro porque sinto esse respaldo da diretoria. Lógico que as derrotas trazem um peso. Temos que saber gerir esse momento com inteligência e lucidez. Temos que conversar.
Seria justo ser demitido?
Não sou eu que tenho de julgar. As pessoas tem autonomia para tomar decisões. A imprensa fomenta isso dia a dia, na repercussão de cada partida. Lógico que nós treinadores sempre queremos vencer. Demissão é uma prática comum no futebol brasileiro. Mas eu não sei de nada. Estou tranquilo. Enquanto não me falarem que estou demitido, não me preocupo. Vou honrar o Vasco da melhor maneira possível, com dignidade e hombridade.
Jordi
É preciso tomar decisões em segundos. Ele tomou, mesmo que equivocada e teve uma consequência. A expulsão nos prejudicou, mas não vamos crucificar o atleta.
Muitos cartões no Brasileiro
Temos que conversar e orientar. Cartão por reclamação é inadmissível. É preciso ter esse controle do emocional. Mas não é só com a gente. Precisamos tomar precauções para evitar cartões em momentos inoportunos. Vamos conversar com o Gilberto para isso não acontecer mais.
Volta por cima
Temos que acreditar. Eu acredito no meu trabalho, no trabalho dos atletas. Não tem ninguém deixando de se entregar, que não é comprometido. O trabalho dignifica o homem. Vamos trabalhar para sair dessa.
Fonte: GloboEsporte.com